A vitória obtida pelo PS nas legislativas, apesar das palavras de alguns que a classificam como “grande”, “clara”, e “expressiva”, parece estar ameaçada pela “ingovernabilidade”, nas palavras de outros, socialistas incluídos.
Embora eu tivesse preferido que Sócrates tivesse sido afastado do poder nestas eleições, sei que ele terá que ser convidado, por direito, a formar governo e que o deverá tentar.
Fiquei algo espantado com as palavras de João Cravinho, uma figura de relevo do PS, afirmando claramente que “o PS foi «afortunado» ao vencer as legislativas de domingo, beneficiando também do facto de Ferreira Leite, presidente do PSD, ter dado «tiros de canhão no seu próprio pé», o que é exactamente o mesmo que eu penso (mesmo detestando MFL), para concluir que o próximo governo só deverá durar cerca de dois anos.
O que fiquei a saber agora, é que se pretende atirar a responsabilidade do “problema” que parece vir aí, para os votantes, quando o “problema” devia estar do lado dos partidos e dos seus dirigentes, afinal os únicos que “voluntariamente” se apresentaram a sufrágio, sendo os únicos que podiam ser escolhidos.
Começo a ficar farto de tanta irresponsabilidade na política, e de desculpas esfarrapadas para a incompetência demonstrada por quem nos tem governado. Não me esqueci de ter ouvido Sócrates afirmar que tinha “errado” na Cultura, depois não sei se alguém o viu corrigir a mão, porque eu não vi nada.