O derrube de sobreiros iniciado hoje em Setúbal, no Vale da Rosa, é um dos exemplos mais recentes do modo como se alteram as regras existentes para satisfazer alguns interesses privados, bastando para tal declarar a utilidade pública de determinado projecto.
Uma coisa que era proibida em determinado local, como seja o abate de determinadas espécies e a construção de determinados tipos de empreendimentos, pode vir a ter luz verde por decisão governamental, bastando para isso declarar “a imprescindível utilidade pública”. É curioso que este tipo de imprescindibilidade pública só assiste a grandes empreendimentos, e curiosamente em terrenos com baixo valor comercial exactamente pelas restrições impostas pela legislação em vigor até à tal “imprescindível utilidade pública”.
Os interesses colectivos parecem estar sempre sujeitos aos interesses económicos, os inconvenientes ecológicos e ambientais deixam de ter importância, a partir do momento em que sem regras precisas e verificáveis, um executivo procede a uma classificação que faz tábua rasa da legislação até então aplicável a determinada porção do território.
Estará tudo certamente previsto na lei, mas aqui o Zé ficará sempre com a pulga atrás da orelha em casos desta natureza, porque não me restam dúvidas de que os beneficiados não serão , nunca, outros Zés como eu.
8 comentários:
Caro Zé,
Claro que esses benefícios não são para si nem para mim. São apenas para quem for «simpático» para os ocupantes do Poder, como consta ter sido o caso do Freeport!!! Para os grandes empreendimentos até a Quercus é simpática.
Quem pode pode! Lá dizia o meu avô.
Um abraço
João Soares
Existe aqui junto à minha casa um sobreiro que apenas tem o tronco no vizinho sendo que toda a copa está sobre a minha propriedade, emsombra os meus painéis solares, emsombra-me a piscina, enche-me o terraço de folhagem. Tenho na meu casal, 14 carvalhos, 5 sobreiros, 24 pinheiros, 2 pinheiras e outras árvores mais - adoro árvores! Acontece que o vizinho me diz que não podemos cortar o sobreiro porque é proibido. Gostava de um conselho do Zé Povinho: consumo energia do Pêgo? queimo gasóleo? passo as féria no allgarve?
Que ecologia é esta que permite o abate de montados e não permite o abate dum sobreiro?
Gostava de um conselho do Zé na volta deste abraço
Caro Pata Negra
Que tal pedir um projecto de pormenor, outro de impacto ambiental e ainda um terceiro de eficiência energética ao senhor Inginheiro? Olhe que ele costuma ser célere nessas coisas, e afinal, como ainda não é rico, não deve dispensar uns trabalhitos por fora, agora talvez assinados pelos que outrora lhe faziam os projectos que assinava.
Solução de recurso, candidate-se à autarquia aí do burgo.
Eu como não tenho muita paciência já tinha deitado a coisa abaixo e apresentava queixa logo a seguir contra desconhecidos que teriam invadido a propriedade e se tinham dedicado a actos de vandalismo.
Abraço do Zé (madeireiro)
Estou cansada, cansada, cansada, destas infâmias!!!
Durma bem.
O que são uns quantos sobreiros. para quem não olha a meios para atingir os fins que pretende. Lembram.se de quem autorizou isto, com celeridade?
Bjos da Sílvia
Querido Zé Povinho:
Estou tão fartinha destas cambalhotas de interesses... absolutamente fartinha desta gentinha que nos governa...
Beijos
Utilidade pública? Bolas afinal também tenho cota no tal centro comercial? É que não sabia de nada...
Lol
AnarKa
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masimundus semikonecolori
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