O infeliz episódio da não recondução de Dalila Rodrigues à frente do Museu Nacional de Arte Antiga, teve o condão de suscitar a discussão sobre a falácia tão difundida pelo executivo, da intenção de premiar o mérito e dos benefícios da sua avaliação na Função Pública. Este caso é paradigmático de como algo que está correcto no campo das ideias, pode ser subvertido na prática corrente.
Talvez seja uma lição para muitos que se insurgiram contra as reticências apresentadas pelos trabalhadores do sector público, perante os métodos de avaliação implementados pelos últimos governos.
Uma directora num cargo de nomeação da responsabilidade directa da ministra da Cultura, viu cessar a sua comissão de serviço por indicação do seu superior hierárquico e aquiescência da ministra por discordar publicamente do modelo de gestão. Não só parece um disparate, pelos elogios tecidos pela tutela ao seu desempenho na função para a qual tinha sido nomeada, como também é inconcebível que o modelo que a senhora propunha nunca tivesse sido discutido com a responsável máxima da Cultura, afinal de contas, a responsável pela nomeação do titular do cargo de direcção do mais importante museu nacional.
Se o leitor juntar a esta história, o abaixo-assinado apresentado por 16 directores de outros museus dependentes do Ministério da Cultura, deve poder imaginar como se sentem os trabalhadores deste ministério, sabendo que por eles vão ser avaliados de acordo com o espírito que presidiu a tudo isto.
Toda a subserviência será premiada, concluo eu!
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