A avaliação na Administração Pública foi uma bandeira deste governo, que aproveitou a resistência dos funcionários públicos e dos seus sindicatos para capitalizar apoios junto dos cidadãos que estão no sector privado. Este aproveitamento, por vezes escandaloso, não retira uma gota da legitimidade da desconfiança por parte dos funcionários em relação à metodologia e à eficácia desta medida.
A generalidade dos funcionários públicos será avaliada pelas suas chefias directas, que por sua vez, são avaliadas por chefias nomeadas pelo poder político. Este processo ocorre em simultâneo com a avaliação dos serviços.
Porque é que são então os funcionários tão cépticos acerca deste tipo de avaliação? Serão eles contra a avaliação do mérito, ou terão razões profundas para rejeitar o que lhes está a ser proposto?
Coloquemos um cenário que está presente em quase todas as conversas que tenho com funcionários públicos:
Uma Direcção-Geral apresenta num determinado ano um significativo aumento de actividade, com uma relação muito superior à verificada em despesas de funcionamento. O director-geral é louvado e terá certamente um prémio chorudo, os directores também serão recompensados, embora em menor escala, e os simples funcionários verão atribuídas notas segundo as quotas estabelecidas. Tudo a funcionar na perfeição.
E se a mesma Direcção-Geral apresentar uma actividade anual em linha ou mesmo inferior à do ano anterior, apesar dos aumentos naturais em despesas de funcionamento? Aqui o director-geral não receberá o louvor, não terá eventualmente direito a prémio, irá certamente disparar em todas as direcções, os directores apertados e furiosos darão notas baixas aos seus subordinados, acusando-os de negligência, de falta de empenho e de baixas qualificações.
Será que acham que estou a ser injusto e que estou a fazer meros juízos de valor? Então devo dizer-vos que têm andado desatentos. Muitos serviços desperdiçam verbas, alguns já foram indicados pelas entidades competentes, como maus exemplos de gestão, e já viram quantos altos dirigentes foram responsabilizados e obrigados a repor as verbas mal geridas?
Só para que tenham uma ideia da justiça que advirá deste tipo de avaliação que vai ser implementada, dir-vos-ei que os directores-gerais não vão ser avaliados, e são exactamente quem ocupa o topo da pirâmide dos serviços da Administração Pública. Será que isto não vos diz nada?
A generalidade dos funcionários públicos será avaliada pelas suas chefias directas, que por sua vez, são avaliadas por chefias nomeadas pelo poder político. Este processo ocorre em simultâneo com a avaliação dos serviços.
Porque é que são então os funcionários tão cépticos acerca deste tipo de avaliação? Serão eles contra a avaliação do mérito, ou terão razões profundas para rejeitar o que lhes está a ser proposto?
Coloquemos um cenário que está presente em quase todas as conversas que tenho com funcionários públicos:
Uma Direcção-Geral apresenta num determinado ano um significativo aumento de actividade, com uma relação muito superior à verificada em despesas de funcionamento. O director-geral é louvado e terá certamente um prémio chorudo, os directores também serão recompensados, embora em menor escala, e os simples funcionários verão atribuídas notas segundo as quotas estabelecidas. Tudo a funcionar na perfeição.
E se a mesma Direcção-Geral apresentar uma actividade anual em linha ou mesmo inferior à do ano anterior, apesar dos aumentos naturais em despesas de funcionamento? Aqui o director-geral não receberá o louvor, não terá eventualmente direito a prémio, irá certamente disparar em todas as direcções, os directores apertados e furiosos darão notas baixas aos seus subordinados, acusando-os de negligência, de falta de empenho e de baixas qualificações.
Será que acham que estou a ser injusto e que estou a fazer meros juízos de valor? Então devo dizer-vos que têm andado desatentos. Muitos serviços desperdiçam verbas, alguns já foram indicados pelas entidades competentes, como maus exemplos de gestão, e já viram quantos altos dirigentes foram responsabilizados e obrigados a repor as verbas mal geridas?
Só para que tenham uma ideia da justiça que advirá deste tipo de avaliação que vai ser implementada, dir-vos-ei que os directores-gerais não vão ser avaliados, e são exactamente quem ocupa o topo da pirâmide dos serviços da Administração Pública. Será que isto não vos diz nada?
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CARTOON


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COMPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA