Precisamente na altura em que
vemos o patronato preocupado com o aumento do salário mínimo, a direita a
barafustar porque os rendimentos do trabalho podem sofrer um pequeno aumento
por causa do alívio nos cortes dos últimos anos, a reserva federal dos EUA sobe
os juros pela primeira vez em quase dez anos.
Estas coisas todas parecem estar
desligadas umas das outras, mas não é tanto assim. O aumento dos juros aprovado
pela Fed, vai fazer com que a inflação suba obrigatoriamente, e o efeito da
subida do dólar relativamente ao euro vai tornar as nossas exportações mais
atractivas, existindo do lado negativo o aumento do preço da energia e dos
combustíveis.
O aumento do custo do dinheiro
vai subir os encargos dos empréstimos, o aumento da inflação na zona euro, e a
perda dos benefícios resultantes do alívio dos cortes, que a curto prazo
(talvez menos de um ano), serão simplesmente anulados.
O turismo e as exportações serão
os sustentáculos da nossa economia e do emprego, e a inovação pode dar uma
importante ajuda se, e só se houver investimento nessa área. O consumo interno
terá algum aumento durante pouco tempo, e irá contrair para o final de 2016.
A Europa terá de se reinventar,
voltando a focar-se mais no bem-estar dos cidadãos, e menos na economia,
deixando de lado a crescente deslocalização e aumentando o emprego em novas
áreas, como o ambiente, o mar e a investigação.
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