Isto de ter obrigações profissionais e haver falta de pessoal, tem um inconveniente bem notório que transparece na regularidade com que ando por estas bandas, quer postando quer comentando noutros espaços.
O mundo não pára por causa de mim, e eis que Manuel Alegre quebra a disciplina de voto imposta pelo seu grupo parlamentar, o que para alguns é sinal coerência, para outros é tão só conveniente para José Sócrates que consegue agradar a algum eleitorado mais à esquerda, pelo que a quebra da disciplina de voto não terá consequências práticas e disciplinares.
No campo da política nacional temos ainda o caso dos voos da CIA, agora que o Ministério da Defesa espanhol se referiu à existência de um avião desses nas Lajes, que correspondeu a um silêncio absoluto das autoridades portuguesas, que quanto menos falarem no assunto menos se enterram.
Cavaco Silva também tem estado muito activo, e agora apela à união dos portugueses para ultrapassar a crise. Diz ainda que não é tempo de divisões e que podemos confiar nos bancos. Tanto quanto me parece são os bancos que não confiam uns nos outros, porque que se saiba ainda não houve nenhuma corrida aos bancos para retirar as suas economias.
Os apelos do 1º ministro, do governador do Banco de Portugal e do Presidente, na defesa das empresas financeiras nacionais começa a soar como um sinal de alarme para a população, sugerindo que o pânico já se começa a sentir nessas instâncias, que contudo não mostram o mesmo empenho na defesa do cidadão comum que enfrenta dificuldades há diversos anos, com o cinto no último furo e à beira da asfixia.
A economia mundial está muito enferma, o liberalismo económico mostrou o seu falhanço, cá dentro já são demasiados os anos de sacrifícios e não é possível continuar a exigir tamanhos sacrifícios indefinidamente, agora em defesa das empresas que estão na origem dos problemas económicos. Descer mais um degrau é condenar muitos mais ao desemprego, a fome para muitos e a instabilidade social.