Os trabalhadores que fazem o
acolhimento e a vigilância dos museus não ficam muito tempo nessas funções, e
parece que ninguém se preocupa com isso, nem no sector público nem no privado.
No sector privado a precariedade
é uma constante e poucos conseguem ingressar nos quadros, o que resulta numa
constante mudança de funcionários, em períodos de absoluta desmotivação, e
consequentemente num serviço de má qualidade, que peca não só pela falta de
preparação e conhecimento dos funcionários, e também num risco maior para a
segurança do Património à sua guarda.
No sector público temos um quadro
de pessoal muito envelhecido, desmotivado e muitas vezes sem qualquer formação
para a função, que só é parcialmente compensada pela experiência de muitos
anos. É certo que foram abertos alguns concurso recentemente, com maiores
exigências ao nível de habilitações literárias, mas os candidatos admitidos, na
sua grande maioria, apenas estão a usar os concursos para transitarem logo de
seguida para outras carreiras e outros lugares em serviços menos exigentes a
nível de horários, e com possibilidades de progressão.
O trabalho aos sábados, domingos,
exigido a estes trabalhadores, não implica pagamento diferenciado como acontece
com a generalidade dos outros trabalhadores, estando a ser usado um regulamento
interno para justificar a obrigação sem compensação, o que é caso único na
função pública e também no sector privado. Salva-se no meio disto tudo o poder
local, que segue a legislação à risca (pagando devidamente o trabalho ao sábado
e ao domingo), e uma instituição privada, que em bora não o fazendo desse modo,
considera esta carreira como atípica e por isso merecedora dum salário que
compensa as obrigações impostas.
Será que só com greves é que os
responsáveis pelos museus, palácios e monumentos vão entender isto? Quem vai
ganhar com mais este confronto? Porque não se reconhece a carreira como específica, já que se lhe exige mais do que a outras carreiras do mesmo nível?
5 comentários:
Neste país só se consegue algo à força de muita luta.
Abraço e bom Domingo
Em contrapartida há lugar para dezenas de "doutores", engenheiros e arquitectos, mais do que vigilantes, bilheteiros e operadores de loja, o que espantaria qualquer bom gestor, mas estamos em Portugal
Bjo da Sílvia
OLÁ XAMUAR ZÉ
Quero agradecer a visita e as palavras que deixou no comentário ao meu post.
Também já reconstruí a vida algumas vezes,
sabes que, quem veio de África teve que passar por essas coisas todas
sabemos bem o que é "começar do nada"
Abraço meu.
Deus dá nozes a quem não tem dentes!
Eu adoraria trabalhar num Museu.
Fazer o acolhimento e a vigilância dos museus.
Também denoto um serviço de má qualidade
muita falta de preparação e conhecimento dos funcionários!
No sector público temos um quadro de pessoal muito envelhecido, desmotivado e muitas vezes sem qualquer formação para a função
Não acho isto uma desculpa - sem qualquer formação para a função!
Eu mesma quando não sei, vou pesquisar
As pessoas têm que ter brio pessoal e profissional
é isso que acho que falta
As pessoas vivem no "deixa andar".....
é uma vergonha.
Tenho dito.
Um abraço.
É difícil pedir brio e profissionalismo a quem aufere seiscentos e picos euros mensais brutos, e sabe que nunca poderá ascender na carreira. Estas qualidades despontam nos primeiros meses, um ano, e depois fenecem como tudo o que não é regado e alimentado como deve. Os jovens de trinta e poucos anos, com preparação e bagagem académica fogem, e em breve só restarão os seguranças que se estarão nas tintas para a História, para o Património, e apenas farão a sua tarefa de vigilantes, afinal aquela para que serão contratados.
A exigência será sempre proporcional ao que se dá em retorno, e não vale a pena negar as evidências.
O Palaciano
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