Conduzir ou condicionar respostas
a inquéritos, sejam eles para estatística ou apenas para mostrar tendências, é
extremamente fácil e tem sido uma arma que se usa muito para manipular a
opinião pública.
Não se pode afirmar com segurança
que exista manipulação nas consultas de opinião, porque é sempre um terreno
escorregadio, mas também é verdade que se fizessem as mesmas perguntas de modo
diferente os resultados seriam muito diferentes.
Um dos títulos da comunicação
social destes dias, diz que a “maioria dos portugueses concorda com o fim dos
cortes mas não com as 35 horas”, relativamente à função pública, evidentemente.
Utilizando perguntas simples
como, concorda ou não concorda com isto ou aquilo, especialmente quando nos
referimos a “outrem”, os resultados podem bem ser estes, até porque” à pála” do
fim dos cortes dos salários na função pública, os salários do sector privado
aumentaram 4,5%, segundo a mesma comunicação social.
Falando sobre as 35 horas, onde
grande parte do sector privado já as pratica, e outra parte,
menor, não o faz, a pergunta podia ter sido mais justa, podendo ser “em
Portugal os horários de trabalho deveriam ter como limite as 40 ou as 35 horas
semanais?”. Certamente teriam sido muito diferentes as percentagens,
acreditem-me.
Como diria um meu amigo
brasileiro: pimenta no cu dos outros para mim é refresco.
2 comentários:
Também há donos das estatísticas
Subscrevo.
Abraço
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