A ida de políticos portugueses ao
Congresso do MPLA não me surpreende, porque na generalidade, quase todos dizem
que tem que existir pragmatismo nas relações externas. As políticas seguidas
por Eduardo dos Santos, a situação dos cidadãos angolanos, a perpetuação no
poder e a repressão sobre os opositores, não contam tanto como os negócios e o
investimento, isto é evidente, ainda que difícil de entender quando se defendem
princípios.
Os princípios são quase sempre
ultrapassados pela realidade, e as viagens pagas pela Galp, e aceites por
políticos, não tiveram as consequências que deviam ter tido, mas nem isso nos
pode surpreender muito, porque os lugares da política têm servido muitas vezes
para promoção pessoal e como trampolim para o campo dos negócios empresariais,
onde a influência conta muito.
Outra medida que é estranha
quando existe um governo com apoio das esquerdas, é a possibilidade de acesso
indiscriminado às contas bancárias de todos os cidadãos nacionais, alegando-se
os acordos internacionais, o que não é verdadeiro nesta extensão. Dizer que
esta medida vai permitir evitar a fuga ao fisco, é caricato, pois sabemos que
muitos suspeitos de má gestão dos bancos, que estão sob investigação há anos,
continuam a fazer grandes vidas e a alegar não ter bens e rendimentos.
A política dos nossos dias, e os
seus protagonistas, deixam muito a desejar, mas ainda podemos manifestar o
nosso desagrado, quando é caso disso.
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