Os trabalhadores que fazem o
acolhimento e a vigilância dos museus não ficam muito tempo nessas funções, e
parece que ninguém se preocupa com isso, nem no sector público nem no privado.
No sector privado a precariedade
é uma constante e poucos conseguem ingressar nos quadros, o que resulta numa
constante mudança de funcionários, em períodos de absoluta desmotivação, e
consequentemente num serviço de má qualidade, que peca não só pela falta de
preparação e conhecimento dos funcionários, e também num risco maior para a
segurança do Património à sua guarda.
No sector público temos um quadro
de pessoal muito envelhecido, desmotivado e muitas vezes sem qualquer formação
para a função, que só é parcialmente compensada pela experiência de muitos
anos. É certo que foram abertos alguns concurso recentemente, com maiores
exigências ao nível de habilitações literárias, mas os candidatos admitidos, na
sua grande maioria, apenas estão a usar os concursos para transitarem logo de
seguida para outras carreiras e outros lugares em serviços menos exigentes a
nível de horários, e com possibilidades de progressão.
O trabalho aos sábados, domingos,
exigido a estes trabalhadores, não implica pagamento diferenciado como acontece
com a generalidade dos outros trabalhadores, estando a ser usado um regulamento
interno para justificar a obrigação sem compensação, o que é caso único na
função pública e também no sector privado. Salva-se no meio disto tudo o poder
local, que segue a legislação à risca (pagando devidamente o trabalho ao sábado
e ao domingo), e uma instituição privada, que em bora não o fazendo desse modo,
considera esta carreira como atípica e por isso merecedora dum salário que
compensa as obrigações impostas.
Será que só com greves é que os
responsáveis pelos museus, palácios e monumentos vão entender isto? Quem vai
ganhar com mais este confronto? Porque não se reconhece a carreira como específica, já que se lhe exige mais do que a outras carreiras do mesmo nível?