Confesso que fico estupefacto
quando vejo pessoas incomodadas com o que fez um personagem histórico centenas
de anos atrás, só porque hoje tais procedimentos são censuráveis à luz do
pensamento actual, sem terem em devida conta o pensamento dominante da época.
O que digo aplica-se tanto a
Cecil Rhodes, como a Mouzinho de Albuquerque, Afonso de Albuquerque ou D. João
III, para citar apenas alguns.
Cecil Rhodes viveu numa época em
que a Inglaterra queria criar um verdadeiro império, e foi com a sua ambição
aliada à do país natal que teve o tal comportamento aceite e glorificado à
época, mas hoje rejeitado e criticado. Do Mouzinho, pela mesma época, podia
dizer exactamente o mesmo, como é evidente.
Recuando bastante no tempo temos
a Inquisição, na altura a Santa Inquisição se bem se lembram, e lá temos o D.
João III que continua naturalmente a ser considerado Rei de Portugal, que
colaborou, permitindo entre outras coisas a expulsão dos judeus que ainda não
tinham abandonado o país, e outros actos que o tribunal da Inquisição perpetrou
naquela época, e que eram aceites em boa parte da Europa.
Com a História aprende-se, tal
como com os erros, mas não se apaga a História só porque ela nos incomoda, nem
se consegue apagar o que já foi feito. É insensato julgar os nossos
antepassados à luz do que hoje são os nossos padrões morais e legais.
1 comentário:
Os padrões de verdade e de moral variam consoante os tempos e só podemos julgar o que se passa nos nossos dias segundo os nossos parâmetros. e mesmo assim arriscamo-nos a ignorar características particulares de outras civilizações e tradições, mesmo num mundo globalizado como o nosso.
Bjo da Sílvia
Enviar um comentário