A Cultura tem sido menorizada ao
longo dos últimos anos, não pelo facto de ser um ministério, também não apenas
pela escassez de recursos financeiros, mas também pela incerteza do que
acontecerá após cada remodelação, e têm sido imensas.
O relatório do Tribunal de Contas
sobre a DGPC apresenta alguns factos curiosos que espelham bem o desnorte que
está instalado, na área do Património.
Quando os objectivos políticos se
centram na diminuição de despesas e de efectivos o resultado só pode ser mau, e
isso tem-se constatado na prática. Podem ter existido algumas poupanças por via
dos cortes, mas um aumento de 4% no número de visitantes, convenhamos que soa a
pouco, até porque o turismo tem vindo a aumentar mais do que isso.
O estado dos museus e monumentos
dependentes ou da responsabilidade da DGPC, tem vindo a degradar-se, e a falta
de recursos humanos tem vindo a ser suprida com recurso a expedientes, como os
programas ocupacionais do IEFP e outros tipos de contratação manhosos (para ser
simpático), que até o TC reprova.
A flor no topo do bolo terá sido,
para mim evidentemente, o facto de vários responsáveis por museus terem dito
que “os trabalhadores não têm a formação adequada para o desempenho das
actividades propostas”. Devo salientar que esta apreciação nada simpática por
parte de pessoal dirigente, contrasta com o facto de quase metade desses
dirigentes desconhecer os objectivos operacionais da instituição, e mais de
dois terços não sabem os seus objectivos individuais, segundo o relatório do
TC.
A nova directora-geral da DGPC,
que deve estar prestes a tomar posse, terá muito trabalho à sua frente, e
talvez pudesse começar por indicar aos dirigentes que não sabem quais são os
seus objectivos pessoais, que bem podiam começar por dar formação aos seus
funcionários, em vez de se desculparem com a sua falta de formação para se
desculparem da falta de resultados e de objectivos pessoais.
1 comentário:
Pelo relatório é fácil concluir que há mais quem mande do que quem execute, basta examinar os quadros do relatório.
Bjo da Sílvia
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