quinta-feira, janeiro 07, 2016

O ESTADO DA CULTURA E DO PATRIMÓNIO



A Cultura tem sido menorizada ao longo dos últimos anos, não pelo facto de ser um ministério, também não apenas pela escassez de recursos financeiros, mas também pela incerteza do que acontecerá após cada remodelação, e têm sido imensas.

O relatório do Tribunal de Contas sobre a DGPC apresenta alguns factos curiosos que espelham bem o desnorte que está instalado, na área do Património.

Quando os objectivos políticos se centram na diminuição de despesas e de efectivos o resultado só pode ser mau, e isso tem-se constatado na prática. Podem ter existido algumas poupanças por via dos cortes, mas um aumento de 4% no número de visitantes, convenhamos que soa a pouco, até porque o turismo tem vindo a aumentar mais do que isso.

O estado dos museus e monumentos dependentes ou da responsabilidade da DGPC, tem vindo a degradar-se, e a falta de recursos humanos tem vindo a ser suprida com recurso a expedientes, como os programas ocupacionais do IEFP e outros tipos de contratação manhosos (para ser simpático), que até o TC reprova.

A flor no topo do bolo terá sido, para mim evidentemente, o facto de vários responsáveis por museus terem dito que “os trabalhadores não têm a formação adequada para o desempenho das actividades propostas”. Devo salientar que esta apreciação nada simpática por parte de pessoal dirigente, contrasta com o facto de quase metade desses dirigentes desconhecer os objectivos operacionais da instituição, e mais de dois terços não sabem os seus objectivos individuais, segundo o relatório do TC.

A nova directora-geral da DGPC, que deve estar prestes a tomar posse, terá muito trabalho à sua frente, e talvez pudesse começar por indicar aos dirigentes que não sabem quais são os seus objectivos pessoais, que bem podiam começar por dar formação aos seus funcionários, em vez de se desculparem com a sua falta de formação para se desculparem da falta de resultados e de objectivos pessoais. 



1 comentário:

Anónimo disse...

Pelo relatório é fácil concluir que há mais quem mande do que quem execute, basta examinar os quadros do relatório.
Bjo da Sílvia