Foi quase hilariante ler o que
Paulo Portas mais admira na Alemanha, e ao mesmo tempo ver outros títulos do
mesmo jornal online, exactamente no mesmo dia.
Paulo Portas afirmou que “ mais
vale uma boa negociação do que 10 mil manifestações”, e que o que deve estar
sempre em causa é “compromisso, compromisso, compromisso”. Dificilmente Portas
pode afirmar que o “seu” governo respeita os compromissos, mas isso é apenas um
pormenor, para quem joga essencialmente com palavras.
No mesmo jornal e bem perto da
notícia da admiração de Portas vinha outra, onde o presidente da Siemens
afirmava que “quem for para engenharia (em Portugal), tem emprego garantido” na
Alemanha. Outro título logo abaixo é: “sabe qual é a diferença entre Portugal e
a Alemanha no primeiro salário de um engenheiro?”, que revela ser 2 vezes
maior.
Claro que há diferenças entre
Portugal e a Alemanha no campo laboral, mas este discurso devia ser para os
empresários portugueses, para os políticos nacionais e sobretudo para o
governo, que é responsável pela desregulação do mercado laboral, pela quebra
sucessiva de compromissos assumidos para com os cidadãos e promessas quebradas
após ser eleito.
Paulo Portas devia ter vergonha
das comparações, mesmo não tendo caído na esparrela, como Passos Coelho, de
criticar o Tribunal Constitucional, o que os alemães não fazem.
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