Não trilhei a área do direito,
que nunca me atraiu, mas sou dos que pensa que a Justiça é essencial à
Democracia, e que para isso deve ser célere, simples de entender e de
interpretar, não contendo em si mesma contradições ou ambiguidades.
No caso do BPP, que agora está
julgamento, não me surpreenderam as declarações de João Rendeiro, ex-presidente
do Banco Privado Português, mas fiquei pasmo com as declarações do seu
advogado, José Miguel Júdice.
Segundo o douto advogado, como os
investidores ganharam muito dinheiro no BPP, e se queixaram logo na primeira
vez que (um investimento) correu mal, não terão razão para tal, porque só
queriam alto retorno sem risco.
Não se ficou por aí o advogado de
defesa, que conclui que o seu cliente não pode ser punido pelo crime de burla
qualificada porque não enriqueceu, nem contribuiu para que outros
enriquecessem.
É formidável este raciocínio,
pois segundo José Miguel Júdice, João Rendeiro não seria responsável pelos
investimentos ruinosos que ditaram o afundamento do banco, que os depositantes
é que eram gananciosos, e que o seu cliente é que terá sido vítima de tudo
isto.
O que me preocupa ainda mais do
que o caso do BPP, é que este advogado já foi requisitado ou contratado por
entidades públicas e pelo próprio governo, para a feitura de leis e
aconselhamento jurídico da mais variada espécie…
2 comentários:
eu tambem não serviria nunca para o exercício dessa profissão, alguns são mesmo repelentes...
abraço
Pena que a justiça é cega, ou sabe fingir muito bem...
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