A credibilidade deste governo, e
sobretudo a dos dirigentes maiores dos dois partidos que sustentam a coligação,
está completamente de rastos, mas eles ainda não o perceberam.
As promessas não cumpridas de
Passos Coelho e a irrevogabilidade das decisões de Paulo Portas dizem tudo
sobre o valor da palavra dos dois.
O guião ontem apresentado por
Portas, para a reforma do Estado, foi mais uma manobra de dissimulação dos
cortes que o executivo pretende fazer sem oferecer nada de concreto para os portugueses,
com os tais cortes. Dizer simplesmente que se propões menos Estado em troca de
menos impostos é uma falácia absoluta pois todos sabemos que se privatizam
todas as empresas públicas que davam lucro, e que os serviços que não dão lucro
serão privatizados mas implicarão indemnizações compensatórias. Isto será igual
a menos Estado mas mais encargos que todos pagaremos com mais impostos.
Outra incongruência absoluta é
dizer-se que querem menos funcionários mas mais bem pagos, quando ao mesmo
tempo justificam cortes de salários públicos com o argumento de quererem
nivelar os salários públicos com os do privado.
A agenda neoliberal deste governo
ficou bem patente nas intenções de privatizar o ensino, e a saúde, na intenção
de introduzir o plafonamento das reformas, e na intenção indisfarçável de
alterar a Constituição Portuguesa sob pretexto de limitar o défice.
Estão ultrapassados todos os tipos de dissimulação e
todas as formas enganar o povo. Estas tácticas já foram chão que deu uvas, mas
hoje está estéril e ninguém está mais disposto a enfiar o barrete.