Confesso que economistas e fiscalistas nunca foram da minha simpatia, mas como procuro estar sempre informado, lá vou lendo e ouvindo o que eles têm para nos dizer.
Medina Carreira tem conseguido conquistar alguns dos meus amigos e conhecidos, talvez pelo seu pessimismo militante mais do que pela substância do seu discurso. Não creio que seja muito diferente dos restantes, mas também não está refém de lealdades nem devedor de favores, pelo que se percebe a sua aceitação.
Eu não aceito as suas opiniões sem reservas e discordo bastas vezes das suas análises, como aquela que vem no Dinheiro Vivo desta quinta-feira.
Para este fiscalista os salários baixaram porque as empresas precisam de baixar os seus custos, e se os restantes custos de contexto, como a energia, os combustíveis e os impostos não baixam, então têm que ser os salários a ser sacrificados. Se até aqui concordo que tem sido a estratégia seguida pelas empresas e pelo Estado já não posso concordar com a afirmação: “a grande culpada da queda dos salários, é só uma: a recessão.”
Ao contrário do que diz Medina Carreira, a recessão não é a causa da queda dos salários mas sim a sua consequência, o que causa um círculo vicioso de onde não se sai, a menos que se mude de estratégia. Falta dizer que quanto menos dinheiro houver disponível para salários, menor será o consumo, mais se terá que diminuir a produção e mais desemprego se cria, o que resulta sempre em maior recessão.
4 comentários:
O catastrofista acerta em alguns aspectos porque a negatividade da execução dos governos é conhecida...por mim, junto aos economistas e fiscalistas, mais uns - os advogados...
abraço
Medina Carreira
tenta evitar dizer
que já foi ministro
desta república
Esse mal disposto já se sentou no poder e fez o mesmo que os outros. Está azedo porque não lhe arranjam um tachito.
Bjos da Sílvia
A princípio o velho ainda me merecia alguma simpatia mas com os andar da omnipresença revelou-se igual a todos os cagões ex-ministros das finanças: todos eles mandaram nas finanças do país, todos foram e são considerados muito competentes, todos eles, do devido pódio, receitam ao estado menos encargos com as pessoas e, todos eles, recebem do estado reformas faustosas, para não falar das avenças que a televisão lhes paga para dizerem aquilo que querem que seja dito.
Antigamente tínhamos o Agostinho da Silva, agora temos o Medina Carreira - que trágico sinal dos tempos!
Um abraço sem medinas
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