Há predicados que não são favoráveis a um reinado longo e bem sucedido, de um rei que não nascera para o ser, não fora educado para essa função e ainda por cima tinha ficado marcado por grave enfermidade aos três anos de idade.
D Afonso VI teve a seu favor a liderança do conde de Castelo Melhor, que de algum modo colmatou a incapacidade mostrada pelo seu monarca, e a sorte das vitórias militares contra os vizinhos espanhóis.
As desventuras deste monarca foram diversas, mas o seu casamento com D. Maria Francisca de Sabóia foi talvez o princípio do fim do seu reinado. Quando António de Sousa Macedo cai em desgraça perante a rainha, ao mesmo tempo que esta se começa a entender com o cunhado, o infante D. Pedro, a sorte do conde de Castelo Melhor fica traçada.
D. Pedro começa a exigir a demissão do conde, por defender António de Sousa Macedo, e acaba por acusá-lo de tentativa de envenenamento em Queluz. O infante diz que tem testemunhas, mas que elas não queriam arriscar-se e que só testemunhariam quando o conde fosse demitido. O que nunca veio a acontecer apesar da demissão do conde que partiu para Inglaterra.
Afastados os dois amparos do fraco rei, D. Afonso VI foi incapaz de resistir a seu irmão D. Pedro. O passo que se seguiu foi o processo de divórcio da rainha, um processo vergonhoso que antecedeu a abdicação ao trono em favor do seu irmão.
Sendo incómodo para o novo rei, D. Afonso VI foi desterrado para os Açores durante 4 anos, tendo voltado para o continente quando se temeu uma conspiração para o soltar, ficando preso no Paço Real de Sintra durante mais nove anos, até à sua morte em 12 de Setembro de 1683.
Pode também LER
6 comentários:
Efectivamente é uma história triste, de intrigas e de indignidades.
Gostei de ir lá ao site do palácio. Obrigada.
Bom fim de semana
Um abraço
Esperança
Ó Zé, escreva um romance histórico, andam na moda! E o assunto dá pano para mangas, é um verdadeiro thriller! Se o D. Afonso VI fosse inglês, já existiam dúzias de romances sobre ele e, pelo menos, três filmes...
Um tema pouco explorado da História de Portugal, mesmo considerando o filme que nada acrescentou ao que os compêndios nos dizem. Gostei da abordagem com os blocos de interesses em questão.
Bjos da Sílvia
Li as respectivas biografias dos dois monarcas e fiquei com profunda pena de Afonso, com a impressão de que Francisca não foi propriamente uma esposa exemplar, e de que Pedro era inconfiável!
Um abraço.
Felicitações do Palaciano pelo assunto e pela abordagem sucinta e objectiva.
Força Zé
Relembrar a história :)
Enviar um comentário