O ESTADO DO RENASCIMENTO
“A análise dos governos, quer continentais quer ultramarinos, mostra claramente que, para o seu preenchimento, era dada preferência aos representantes da nobreza. Havia uma hierarquia de capitanias e governos-gerais, que permitia a graduação das nomeações e das transferências em função das categorias sociais e , também, da idade e da experiência. Certas capitanias estavam reservadas a determinadas famílias, com direito hereditário de transmissão: assim a de Ceuta, que pertencia aos Meneses e seus aparentados Noronhas, Tânger, na posse dos Meneses, ou Arzila, cujos detentores eram os Coutinhos. Com poucas excepções, cabiam aos filhos-segundos os comandos do Ultramar, visto que o primogénito de cada família tinha a função hereditária de gerir o senhorio respectivo no Continente do Reino.
Os lugares mais cobiçados e elevados eram, evidentemente, os de governador e vice-rei da Índia. Na sucessão deste cargo, ao longo dos reinados de D. Manuel I e D. João III, vêem-se surgir os apelidos de diversas famílias, com a preocupação de nunca o vincular ou demorar em qualquer delas: Almeidas, Albuquerques, Soares de Albergaria, Sequeiras, Meneses, Gamas, Sampaios, Cunhas, Noronhas, Sousas, Castros, Sás e Cabrais.”
Este texto da História de Portugal de A. H. de Oliveira Marques, com as devidas adaptações, podia caracterizar com fidelidade o Estado da actualidade, mas isto é apenas a minha humilde opinião.
12 comentários:
Vale mais a tua humilde opinião do que a dos nobre da república.
Um abraço sem sobrenome
Olá Zé Povinho:
Sem dúvida!
Gostei como sempre das flores e dos cartoons.
Aquele cérebro está demais.
Beijos
Brilhante analogia, brilhante... Ontem, tal como hoje.
Um Abraço
Bom, se substituirmos a nobreza, que apesar de tudo era culta, pelo cartão de fidelidade ao Partido, até estarei de acordo no geral.
Uma abraço do Sineiro.
Também hoje os barões e baronetes são escolhidos entre a cor da família reinante, com umas excepçõezinhas que garantam que quando o poder vista outra tonalidade sempre restem uns poleiros para alguns dos já por lá passaram.
Lol
AnarKa
Oportuno, actual e a convidar à reflexão.
Sem tirar nem pôr!
se calhar até estão a ser generosos quanto ao tamanho do cérebro...
Olá, gostei de andar por aqui como sempre.Flores lindas e cartazes bem originais.Quanto ao texto, cada um sente e vê as coisas á sua maneira, e tu tens a tua opinião e pronto!
Kisu
A história repete-se. Que não se extinga o amor. O estado de pobreza seria ainda mais catastrófico.
beijinho
Sempre com a História por perto mesmo quando falas da actualidade.
Bjos da Sílvia
Senhores e servos nos antípodas. Os "tubarões" detentores de nomes sonantes sempre à babugem do poder.
Hoje e outrora.
Que nos alegrem as flores.
Beijinhos
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