terça-feira, setembro 30, 2008

OS POMBOS

Eu sei que quase todos gostamos de pombos, e que exceptuando algumas pessoas que sofrem de alergias, muito poucos consideram estas aves uma real ameaça.

As coisas não são exactamente assim, e muito por causa da intervenção do homem estas, aparentemente inofensivas aves podem transformar-se numa ameaça.

Em diversos aglomerados populacionais os pombos tornaram-se uma verdadeira praga, que ameaça não só a saúde pública como também o próprio património. Muita gente continua a pensar que o acto de alimentar pombinhos, com pão, milho, ou outros alimentos, é uma diversão e que daí não resulta nada de mal. Enganam-se, porque essa não é a dieta alimentar natural destas aves, e o resultado deste hábito muito disseminado, provoca um aumento populacional que tem consequências.

Algumas autarquias e autoridades sanitárias deste país, têm tentado prevenir esta situação, em alguns casos preocupante, mas têm incidido a sua acção essencialmente em processos de esterilização e abate, não dando grande enfoque à informação ao público, o que tem causado alguns embaraços, especialmente com pessoas mais idosas e outras menos informadas, que não entendem a ameaça.

Talvez seja melhor informar devidamente as populações, para se poder encontrar um equilíbrio que a natureza se encarregará de manter, caso os humanos deixem de proceder erradamente, ainda que sem a consciência do facto.



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O MOMENTO - GORAZ

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FOTOGRAFIA
autumn square. by simoendli

Autumn sketch... by my-shots

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Steve Breen

R.J. Matson

R.J. Matson

domingo, setembro 28, 2008

CONCLUSÕES E PROPOSTAS CURIOSAS

Ainda há poucos meses, antes da hecatombe que atingiu os mercados financeiros, seria impensável ouvir ou ler certas afirmações que agora começam a surgir da boca e da pena dos nossos analistas económicos.

Quem imaginaria ler António Perez Metelo a dizer que desde a era Reagan “… a redução dos impostos sobre os mais ricos passou a ser a marca de água de uma teoria que acredita ser necessário dar mais e mais aos ricos para que invistam mais, enquanto há que apoiar cada vez menos os necessitados para obrigá-los a trabalhar mais”, ou Daniel Amaral a dizer que “ … a redistribuição pode atacar-se desde já, pela via fiscal” propondo que se aumentasse 10% ao IRC pago pelas empresas e os transferíssemos para os salários dos trabalhadores (IRS)?

Eu suponho que quem tenha lido isto como eu, tenha ficado abismado, porque nunca os vi, antes da crise, colocarem estas ideias como propostas credíveis e aceitáveis. Pelo contrário, e eu leio-os com muita frequência mesmo que discordando quase sistematicamente com as suas análises, nunca os vi esgrimir estes argumentos, e logo com a convicção com que o fizeram na passada semana.

Nunca é tarde para se mudar de ideias, costuma dizer-se, mas lá que é curioso que tenham estas conclusões e propostas, habitualmente conotadas com sectores à esquerda do PS, isso não se pode negar.



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Nota do Zé - Durante esta última semana tenho estado ocupado com actividades profissionais, e os textos e demais conteúdos têm sido fornecidos por amigos e colaboradores, a quem deixo os meus agradecimentos pela ajuda. Sem eles não me seria possível manter este espaço com a regularidade que justifique a sua manutenção.

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FOTOGRAFIA


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CARTOON
Yaser Ahmad

Jitet Kustana

sexta-feira, setembro 26, 2008

FALOU E DESCULPOU-SE

José António Pinto Ribeiro, veio a público reconhecer que o Ministério da Cultura tem dificuldades financeiras e que existem dívida de mais de uma dezena de milhões de euros às autarquias. Já todos sabiam disso, era público e já tinha sido denunciado pelos representantes das autarquias, mas não tinha ainda sido assumido pelo MC.

Foram muitos os agentes culturais que nos últimos anos têm vindo a denunciar a penúria que reina neste ministério e as miseráveis dotações orçamentais com que vem sendo contemplado, mas pelas declarações do senhor ministro transparecia que os problemas estavam mais do lado da gestão.

No caso da falta de pessoal nos museus, mais uma vez veio José António Pinto Ribeiro colocar o dedo na falta de eficiência dos serviços do seu ministério, traduzida em atrasos nos processos de colocação de vigilantes contratados a título excepcional durante o Verão. Não fica bem a um ministro deitar as culpas aos seus subordinados, até porque enquanto responsável máximo da instituição, e como tal bem informado, não tem desculpa para ter deixado que acontecesse mais uma vez o que se vem repetindo há muitos anos, por falta de quadros de pessoal aprovados, cuja obrigatoriedade decorre da própria reestruturação dos serviços, que já deviam ter sido aprovados.



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FOTOGRAFIA
Flowers form stranger 2 by AlmostInsane

Flor by Palaciano

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CARTOON

quarta-feira, setembro 24, 2008

O GORAZ E O MAGALHÃES

Com tanta publicidade e tantos ministros envolvidos na distribuição do Magalhães, o Goraz resolveu associar-se à festa!...




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FOTOGRAFIA
Breeze by Gary Kapluggin

Hatty by Gary Kapluggin

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CARICATURA
Stones by Sebastian Kruger

Stones by Sebastian Kruger

segunda-feira, setembro 22, 2008

GANÂNCIA

Desde que se cumpram certas cerimónias ou se respeitem certas fórmulas, consegue-se ser ladrão e escrupulosamente honesto - tudo ao mesmo tempo. A honradez deste homem assenta sobre uma primitiva infâmia. O interesse e a religião, a ganância e o escrúpulo, a honra e o interesse, podem viver na mesma casa, separados por tabiques. Agora é a vez da honra - agora é a vez do dinheiro - agora é a vez da religião. Tudo se acomoda, outras coisas heterogéneas se acomodam ainda. Com um bocado de jeito arranja-se-lhes sempre lugar nas almas bem formadas.

Raul Brandão em “Húmus”

A ganância do ter não só engoliu o ser e a convivência pacífica, mas até privou a maior parte dos homens do ter indispensável, para acumular nas mãos de uns poucos o que a todos pertence.

Autor desconhecido



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FOTOGRAFIA
AUTUMN. by YuriBonder

forever after by foureyes

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Chappate

Chappate

Jeff Koterba

sábado, setembro 20, 2008

TAXPAYERS MONEY

Esta é uma das expressões mais usadas nos últimos dias em blogues dos Estados Unidos, a propósito das injecções massivas de dinheiro pela Reserva Federal para salvar as grandes empresas. Na realidade a nacionalização de grandes bancos, ficando o Estado detentor das suas acções, na totalidade ou pelo menos da grande maioria, era ainda há poucos dias uma hipótese que seria descartada por qualquer analista económico.

Muitos, lá pelas terras do Tio Sam, perguntam-se onde param os “grandes gestores” das maiores sociedades financeiras agora em autêntica falência, e que durante os últimos anos arrecadaram prémios de gestão verdadeiramente escandalosos, enchendo também os bolsos dos grandes accionistas, que lá os tinham colocado. É que uns e outros, encheram os bolsos, com malabarismos especulativos, e agora quando as coisas deram para o torto, é com o dinheiro de “todos” os contribuintes que se está a cobrir “o buraco financeiro” que tão brilhantes gestões e lucros astronómicos causaram nas empresas.

Até num país tão liberal como os Estados Unidos, é difícil de engolir que sejam todos a pagar a especulação que alguns fizeram durante anos, arrecadando assim muitos milhões, e agora saiam a assobiar com as mãos nos bolsos, numa impunidade verdadeiramente vergonhosa.

Só por curiosidade, por cá também é assim que as coisas se passam, com injecções de muitos milhões de euros pelo Banco Europeu, isto sem falar nos aumentos de juros cobrados pelos bancos, porque como dizia ontem António Perez Metelo «os bancos centrais dos países ricos não deixarão que falte dinheiro às instituições financeiras».

O dinheiro dos contribuintes, pois claro! Agora adivinhem lá, quem neste mundo que é tudo menos justo, quem vai ganhar balúrdios comprando ao preço da uva mijona, as acções que se vão fortalecer à custa do dinheiro de todos nós? Sim, acertaram, serão os mesmos que já tinham arrecadado horrores com a actividade especulativa que nos levou à actual crise dos mercados. Edificante, não acham?

PS . As imagens abaixo são retiradas da net, e o 1º título é copiado do DN de 19 Set, enquanto o 2º é uma adaptação livre do Zé de acordo com os "bonecos" escolhidos.


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RICOS CARROS PARA PESSOAS RICAS
Mais lento que o jacto, mas mais rápido que o iate

Para impressionar as "garinas"
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POBRES CARROS PARA PESSOAS POBRES
Este para um passeio

Este para trabalho

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APESAR DE TUDO ISTO
TENHAM UM BOM FIM-DE-SEMANA

quinta-feira, setembro 18, 2008

A CULTURA E O PENSO RÁPIDO

Por falta de vigilantes o Museu do Chiado passou a fechar às terças-feiras, e outros estão na iminência de atingir também o ponto de ruptura devido à falta de pessoal por estarem a terminar os contratos de mais de uma centena de contratados de tarefa autorizados a 8 de Maio deste ano.

O Ministério da Cultura (MC) sabia desde essa data que os contratos apenas cobriam o período de quatro meses, e a título excepcional, mas só a 16 de Setembro (li na imprensa) é que entregou no Ministério das Finanças, para apreciação, o processo de contratação de vigilantes. Agora, e mais uma vez, chegou a hora do sufoco, e mais uma vez, lá vem uma contratação a termo certo de 135 vigilantes para tentar evitar maiores embaraços.

Não surpreende que o MC venha agora dizer que tem existido «a melhor colaboração» com o Ministério das Finanças, ilibando assim este último de qualquer responsabilidade no encerramento de museus ou modificações de horários, mas ficou por esclarecer então quem é deixou que a situação chegasse a este ponto, e repetidamente desde há pelo menos meia dúzia de anos.

Será que em sete anos ninguém ainda conseguiu resolver o problema dos quadros de pessoal de vigilância? Porquê?



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IMAGENS
Botanical Dimensions by archanN

Deep Blue Perfume by archanN

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Apito d'ouro sobre azul por Henrique Monteiro

Chavez e os "yankees de mierda" por Henrique Monteiro

quarta-feira, setembro 17, 2008

CULTURA E VERGONHA

Ainda há poucos dias falei aqui da diminuição de verbas na proposta de Orçamento de Estado, para a Cultura, em 2009, e diga-se também que a notícia não foi bem merecida no meio, ressalvando talvez a opinião do ministro, que aparentemente se julga capaz de fazer mais com menos dinheiro.

A realidade nos museus, palácios e monumentos é de escassez de pessoal de vigilância, e todos os anos tem sido notícia pelo embaraço que tem causado, com encerramentos parciais, e encerramentos durante o período de almoço, que têm tido como resposta contratações de pessoal a prazo, que colmatam carências por períodos de poucos meses, e que quando terminam os contratos deixam os serviços e os seus responsáveis à beira de um ataque de nervos, por manifesta insuficiência de recursos humanos.

Li num jornal diário que o Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) aguarda luz verde do Ministério das Finanças para contratar 135 vigilantes para os museus nacionais, o que até podia ser uma boa notícia, se não tivesse chegado com muitos anos de atraso, e se a proposta de orçamento para o próximo ano não fosse de um corte em despesas de funcionamento da natureza que nos foi apresentada.

Esperamos para ver se o Ministério das Finanças finalmente atende este pedido, mesmo com este atraso todo, ou se pelo contrário recorda ao ministro da Cultura as suas próprias palavras e a vergonha continua, com a vergonha de encerramentos um pouco por todos os museus, palácios e monumentos. Nem seria nada de novo, diga-se em abono da verdade.



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RETRATO - PIERO DELLA FRANCESCA

Sigismondo Pandolfo Malatesta, 1451 Oil and tempera on panel, Louvre

The Duchess of Urbino, 1465-70, tempera on wood, Galleria degli Uffizi, Florence

The Duke of Urbino, 1465-70, tempera on wood, Galleria degli Uffizi, Florence

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Eficácia (?) do preservativo pour Dany

segunda-feira, setembro 15, 2008

JUSTIÇAPARA A FLÁVIA

A Justiça é um valor que deve ser muito valorizado por qualquer sociedade civilizada porque é um garante do respeito de tudo e todos, pela parte da generalidade dos cidadãos. A humanidade desde tempos longínquos teve sempre as suas leis e ao longo dos tempos foi sempre tentando adequá-las para responder às situações que entretanto iam surgindo.

Hoje falo de Justiça por causa de um caso muito específico, o de Flávia, uma menina que sofreu um acidente numa piscina, mais precisamente por causa de um ralo da mesma. O acidente teve um resultado terrível, e desde então a menina está em coma irreversível.

Este caso da Flávia aconteceu no Brasil, mas podia ter acontecido em qualquer outro lugar do mundo, mesmo aqui em Portugal, e veio colocar a nu um problema que é muito comum também no nosso país, que é a lentidão na actuação da Justiça e a falta de respostas eficazes, humanas, e atempadas dos Estados a este tipo de tragédias. Não falo sequer da actuação puramente economicista das seguradoras que denotam um comportamento reprovável e mesquinho, ao qual já estamos habituados.

O assunto que hoje abordo só se tornou verdadeiramente conhecido, porque a mãe desta menina não cruzou os braços perante a tragédia, mas resolveu tornar o caso público, e através de um blogue denunciou a situação e alertou muita gente em todo o mundo para os perigos dos ralos de piscinas.

É pela coragem de Odele perante o que aconteceu à Flavia, e pela persistência com que tem enfrentado a lentidão da Justiça, que hoje muitos espaços da blogosfera em variados países resolveram fazer uma blogagem colectiva, a que também eu me associei.

sexta-feira, setembro 12, 2008

UM REGRESSO LENTO

Estas férias foram retemperadoras e ainda venho com os dedos emperrados. O pobre portátil que me acompanhou esteve dedicado ao desenho e ao Photoshop, bem como a um jogo de estratégia que me foi entretendo ocasionalmente.

Não trago fotografias, embora tenha tirado algumas à família, nem novidades porque evitei estar a par das notícias para poder gozar plenamente estes dias.

Até arrumar as malas e as ideias, irei apenas fazer umas visitas, enquanto me vou inteirando das novidades que suponho serão muitas e nem todas boas.



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IMAGENS
The awakening III-Rebirth by `CygX1

Photosynthesis by RedOX3000

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