A discussão entre a maioria (PSD/CDS) e o PS tem-se reduzido ao tal “Pacto Orçamental”, imposto pela Alemanha, e que Passos Coelho quer ser o primeiro a ratificar.
Este “pacto” e a tal “regra de ouro” inscrita na Constituição, ou em documento de igual valor, obrigarão Portugal a não ultrapassar um défice estrutural de 0,5 do produto interno bruto (PIB), e obriga a que a dívida pública fique sempre abaixo dos 60% do PIB.
As divergências entre os partidos da nossa troika (PSD, PS e CDS) prendem-se com um documento que o PS pretende ver anexo ao Tratado, mas no fundo estão de acordo com o “Pacto Orçamental” e as suas medidas perfeitamente quantificadas, e que em caso de não cumprimento darão origem a penalizações.
É muito fácil dizer que apoiam este “pacto”, como foi fácil assinarem o “resgate” com a troika, mas o que nenhum destes partidos nos quer explicar é como, e quando é que acham que Portugal estará preparado para o cumprir.
Esta pergunta ainda sem resposta justifica que seja feito um referendo deste novo Tratado, porque está bem à vista que sem a isso serem obrigados, os partidos da troika nunca irão elucidar os portugueses sobre o que será o nosso futuro com a aplicação da “regra de ouro”.
