A novela do BES tem suscitado
muitas opiniões, muitos palpites e surgiram também algumas soluções possíveis,
mas eu continuo muito cético quanto a boas soluções.
Aquilo que nos foi apresentado
como um problema dum grupo familiar e não do banco, depressa se mostrou um
problema também do banco, enormemente agravado desde o conhecimento de
problemas de liquidez do grupo.
O que me faz desacreditar nas
diversas soluções já aventadas, são simples factos que estão bem à vista:
- Em 1º lugar o facto de se saber
que depois de se conhecer parte dos problemas, o dinheiro do banco foi
canalizado indevidamente e à pressa para garantias e investimentos mais do que
ruinosos, feitos por uma gestão que estava de saídas. Como isto não desencadeou
a prisão dos gestores, nem sequer depois de ser conhecido o enorme buraco das
contas, eu desconfio.
-Em 2º lugar, suspeitando-se de
gestão danosa por parte de accionistas ou de seus representantes dentro da
estrutura do banco, em favor do grupo acionista maioritário, também não entendo
que não tenham ainda sido confiscados ou postos sob vigilância os bens do dito
grupo acionista, como garantia.
-Em 3º lugar temos a nova
legislação por imposição comunitária, que responsabiliza em primeiro lugar os
accionistas pelos problemas do banco, o que nos conduz directamente ao ponto 2,
e que não se resolve com a solução preconizada por Marques Mendes, o arauto do
governo, no dia de ontem.
O que já se tornou claro para
todos nós, é que todo este novelo vai afectar as contas do país e os bolsos dos
muitos portugueses que nunca viveram acima das suas possibilidades, bem ao
contrário de banqueiros malabaristas, para não dizer outra coisa, e de uma
classe de gestores e empresários que em volta deles sempre germinaram.
2 comentários:
Nem pensar em prisões porque se cai um começam a cair os outros e são muitos...
Lol
AnarKa
A Famiglia Espírito Santo deverá pagar com os seus milhões pessoais todas as vigarices e assim escusa de brincar aos pobrezinhos, pois ficará arruinada.
Quando tudo isto começou e eu ouvi o ministro da Defesa e o reformado de Boliqueime a afirmarem, além de todos os outros, que tudo estava bem com o Banco, ouvi sirenes de alerta!! Como seria possível haver ali uma separação tão estanque entre o Grupo e o Banco?
E que se passa com a Jerónimo Martins, também apontada como modelo e cujo dono também se arroga o direito de insultar os portugueses? É que as suas acções sofreram medidas iguais às do BES...
Bom domingo
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