Entre o bater rasgado dos pendões
E o cessar dos clarins na tarde alheia,
A derrota ficou: como uma cheia
Do mal cobriu os vagos batalhões.
Foi em vão que o Rei louco os seus varões
Trouxe ao prolixo prélio, sem idéia.
Água que mão infiel verteu na areia —
Tudo morreu, sem rastro e sem razões.
A noite cobre o campo, que o Destino
Com a morte tornou abandonado.
Cessou, com cessar tudo, o desatino.
Só no luar que nasce os pendões rotos
’Strelam no absurdo campo desolado
Uma derrota heráldica de ignotos.
Fernando Pessoa
FOTOGRAFIA
5 comentários:
Perdemos com a Espanha? Ficou em família! Perder com a Alemanha? Tem sido tantas as humilhações... Ah! se fosse a Itália eu ficar-me-ia pelas mulheres bonitas!
Um abraço latino... e também um pouco suíno...
Forte, este poema de Pessoa!
Há muito tempo que andamos a viver de sonhos e teimamos em acordar...
Um abraço
Esperança
Ora que a euforia murchou de tal maneira que me deixou zonza... quero dizer "e teimamos em não acordar".
A Merkel hoje vibrou... mas foi de raiva! Esperem pela resposta...
Lol
AnarKa
Uma beleza de forte poesia
o resto é treta
Enviar um comentário