Tristezas leva-as o vento;
Vão no vento; andam no ar...
Anda a espuma à tona de água
E à flor da noite o luar...
Vindes dum peito que sofre?
De uma folha a estiolar?
Donde vindes, donde vindes,
Tristezas que andais no ar?
Eflúvios, emanações,
Saídas da terra e do mar,
Sois nevoeiros de lágrimas
Que o vento espalha, no ar...
Suspiros brandos e leves
De avezinhas a expirar;
Ermas sombras de canções
Que ficaram por cantar!
Brancas tristezas subindo
Das fontes, que vão secar!
E das sombras que, à noitinha,
Ouve a gente murmurar.
Saudades, melancolias,
Que o Poeta vai aspirar...
Melancolias e mágoas,
Que são almas a voar.
E o Poeta solitário
Fica a cismar, a cismar...
Todo embebido em tristezas,
Levadas na onda do ar...
E o Poeta se transfigura,
É a voz do mundo a falar!
E aquela voz também vai
No vento que anda no ar...
TEIXEIRA DE PASCOAES
4 comentários:
Que lindo poema sobre a tristeza!
Muito obrigada por o partilhar.
Não conhecia.
Pela sua mão, neste gesto, tornou a tristeza em algo belo que me aqueceu a alma.
Um beijinho muito amigo
Lindo poema...
As fotos simbólicas,Ladyhawke,nooo...
Engraçadissimo o cartoon.
Boa semana
cumps
Pascoaes e o Saudosismo...
Gostei da maioria socrática
feliz semana-
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