Ó virgens que passai, ao Sol-poente,
Pelas estradas ermas, a cantar!
Eu quero ouvir uma canção ardente,
Que me transporte ao meu perdido Lar.
Cantai-me, nessa voz omnipotente,
O Sol que tomba, aureolando o Mar,
A fartura da seara reluzente,
O vinho, a Graça, a formosura, o luar!
Cantai! Cantai as límpidas cantigas!
Das ruína do meu lar desaterrai
Todas aquelas ilusões antigas
Que eu vi morrer num sonho, como um ai...
Ó suaves e frescas raparigas,
Adormecei-me nessa voz... Cantai!
António Nobre
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PINTURA
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CARICATURA
7 comentários:
Foi bom reler António Nobre!
Gostei das aguarelas e muito das caricaturas.
Um abraço
Esperança
Amigo Zé
como vou para a cama com o coração mais quentinho por reler António Nobre ao som de Elvis.
A pintura está divinal e a foto também. Caricaturas sou fã
uma boa noite
Um belo e doce soneto.
Lindas aguarelas.
As caricaturas,perfeitas.
cumps
Um doce poema para acalmar as nossas raivas...
Páscoa Feliz Zé para ti e para os teus.
Beijão grande
Zé,
Há muito tempo que não lia António Nobre, o poeta de quem Fernando Pessoa dizia...
"Ele foi o primeiro a pôr em europeu este sentimento português das almas e das coisas, que tem pena de que umas não sejam corpos, para lhes poder fazer festas, e de que outras não sejam gente, para poder falar com elas".
Um abraço
Poesia e caricaturas muito interessantes, ainda que o que nos rodeia esteja em desacordo com o que aqui se vê.
Lol
AnarKa
A poesia que tão arredada tem andado das tuas escolhas, penso que por opção, condizem bem com as escolhas das imagens que pontuam por aqui.
Bjos da Sílvia
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