«Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
Sozinho guio quase devagar, e um pouco
Me parece, ou me forço um pouco para que pareça,
Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,
Que sigo, e que mais haverá em seguir senão parar mas seguir?
Vou passar a noite em Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, nem consequência,
Sempre, sempre, sempre,
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida…»
Poesia de Álvaro de Campos
13 comentários:
Uma pausa na política e o retorno à bela Sintra de que tanto gostas e que a espaços nos revelas. Para ti e para o Palaciano
Bjos da Sílvia
Há pessoas que só estão bem onde não estão. Inconstantes! Acho que o espírito humano é todo ele um pouco assim. Uma insatisfação inexplicável. Parece-nos! Neste momento, tem explicação. Haverá quem esteja contente com o estado em que o mundo se encontra?
Olha, o melhor é tomar um pouco daquele soro que o doente está a injectar em si próprio. Quanto à velhota da cadeira de rodas, olha o truque que ela arranjou para pedir ao tempo que volte para trás.
Beijinhos
Tem um bom domingo!
Olá querido Amigo Zé, votos de um bom Domingo... Beijinhos de muito Carinho e Amizade,
Fernandinha
Esta inquietação do poema representa bem o espírito de quem não se conforma com a mediocridade do dia a dia...
Sintra nestes dias quentes deve ser o paraíso.
Belas fotos!
A sombra chinesa da senhora do cartoon uma maravilha!
Beijo
As fotos são lindas , a música espectacular e o poema é Pessoa.
Feliz semana.
Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão.
Amigo
Hoje, ao fim de um dia particularmente triste, abeiro-me da janela, neste momento e olhando a lua, as palavras sairam:
Esta noite a lua
chama por mim
Ela sabe como eu gosto
Quando está
em lua cheia
O seu brilho, o luar
Enfeitiçam-me.
Intensamente.
Despertam os desejos
Em mil carícias
Num ritual inebriante
Em que os meus lábios
Chamam por ti...
Como sempre, excelente música, belas imagens.
Beijinhos
AMIGO ZÉ
ALVARO DE CAMPOS, FERNANDO PESSOA, O ZÉ DA ESQUINA,SEJA QUEM SEJA DESDE QUE DEITE PARA FORA O QUE LHE VAI NA ALMA E VEJA REFLETIDO NO ESPELHO O QUE LHE DER NA REAL GANA, ASSINO POR BAIXO.
BEIJAO GRANDE AQUI DA PONTA OESTE MEDITERRANICA DA PENÍNSULA
Ir a Sintra e voltar, dar a volta saloia (Lisboa-cplares. cabo espuchel, boca do inferno casscais Lisboa
Bela volta, quando outra não tgenho sendo repousante
Saudações amigas
É preciso saber ver a estrada e a sua beleza e não destruirmos o prazer com a nossa inquietação.
Abraço
Álvaro de Campos, um dos meus preferidos!
Gostei muito do boneco da "pinga" no Hospital.
Um abraço.
INQUIETUDE...
Estar bem apenas onde ainda não se chegou. Ser feliz somente donde já se partiu, quem é que nunca sentiu esta dualidade de sentimentos.
Pessoa e Campos sentiram-no. E transmitiram através dos seus escritos esse sentir.
Gostei de tudo. Do poema. Das Fotografias. Dos Cartoons.
Um abraço amigo Zé
E muito bem...
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