quinta-feira, maio 29, 2008

O ESTADO E OS IMPOSTOS

Tive o azar de jantar à hora em que estava a acontecer na televisão um debate com os candidatos à liderança do PSD, e como estava em casa de amigos, que ouviam com alguma atenção, tive de ouvir também. Se tive alguma surpresa? Não, confesso que não me surpreenderam nada os tais candidatos.

Independentemente do que disseram, e das diversas opiniões manifestadas, que verdadeiramente eram para (quase) todos os gostos, eu apenas me fixei na questão dos Impostos e do papel do Estado. Mesmo com opiniões diferentes sobre a intenção de baixar ou não os impostos, todos concordaram com a diminuição das despesas do Estado, sem nunca referirem onde seriam feitas essas poupanças.

É sintomático que se fale sempre da despesa do Estado, e na reforma da Administração Pública, bem como em ganhos de eficiência, mas o discurso começa a ser repetitivo, e concretamente o que é isso? Até agora só vimos redução da despesa no investimento público e nos salários dos servidores públicos, e eu pergunto: o que é que se passou com as outras rubricas?

Todos sabemos que as receitas do Estado são essencialmente oriundas dos impostos, e se apesar dos cortes em salários e no investimento, a despesa não diminui, então há que subir ainda mais a carga fiscal. Foi isto que aconteceu nos últimos anos, e pelos vistos ainda há quem bata nesta tecla com muita força.

Registei que nenhum dos candidatos falou na eficiência fiscal, que mesmo sabendo que há milhares de gerentes a declarar o salário mínimo não actua, e afinal até sabem quantos são e quem são, nem os ouvi falar das tais despesas do Estado que aumentam, como as aquisições de serviços, as parcerias verdadeiramente ruinosas, as empresas públicas e municipais, os estudos encomendados, as acessórias, etc, etc.

Há assuntos de que os políticos fogem, ou que abordam pela rama com uma leveza assustadora, embora saibam bem quais são e onde estão, não importa se são do PS ou do PSD, para falar apenas dos que detiveram o poder nas últimas décadas. Porque é que não entram por aí?

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FOTOGRAFIA
HoryMa

технолог2

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CARTOON

Decepção

Demasiado músculo

6 comentários:

Pata Negra disse...

A democracia do regime PS(D)-TV chegou aqui: já não há debates entre os líderes dos diversos partidos, há debates entre os líderes dum mesmo partido.
Ora, se são dum mesmo partido, comungam de ideias comuns ( aliás, já nem precisam de ser do mesmo partido para partilharem de ideias comuns - os partidos comuns têm ideias comuns - mais D menos D, todos têm S e dizem D e S mesmo que não liguem nada a isso) , se partilham de ideias comuns e são do mesmo partido, porque é que não se juntam no mesmo objectivo?
Ah! Já sei! É a vaidade humana! A irresistível vontade de ser o maior! O EU! EU! Eu é que sou e que sei! Eu sou o grande líder! Muito mais que as ideias: EU!
- Essa ideias e esses EUS não me servem!
Um abraço sem pretender fazer distinção

Anónimo disse...

Um mesmo partido, com ideias tão diferentes? Coitado está mesmo quebrado e sem conserto!
Dizem que são sociais-democratas? Olha que não parecem nada.
Bjos da Sílvia

Anónimo disse...

Greve dos pescadores, o ministro diz que "Peixe nao vai faltar"???

Pois nao, vamos comprar em Espanha, peixe pescado nas nossas costas, por pescadores subsidiados, com impostos mais baixos, com combustivel mais barato e com uma frota moderna, na qual trabalham muitos Portugueses com ordenados menos miseráveis que no seu país.

http://www.avante.pt/noticia.asp?id=24800&area=23

Dia 5, juntêmos a nossas vozes!
(A nao ser que também xuxes.)

Anónimo disse...

CRN = http://caparicaredneck.blogspot.com

SILÊNCIO CULPADO disse...

Zé Povinho
Concordo com o que diz o Pata Negra: diferença entre o PS e o PSD só na apresentação das caras. As politicas são iguaizinhas tanto faz estar um como outro.
E a TV existe para os servir. Os restantes aparecem por acaso.
Abraço

Tiago R Cardoso disse...

temos desde já de reconhecer que não foi o melhor programa para acompanhar o jantar.

Depois o folclore mantem-se, um diz que o outro disse, mas na realidade não disseram nada de relevante.