Mostrar mensagens com a etiqueta D. Afonso VI. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta D. Afonso VI. Mostrar todas as mensagens

sábado, fevereiro 18, 2017

D. AFONSO VI – A ANULAÇÃO DO CASAMENTO

D. Maria Francisca alegando a incapacidade do marido, resolvera separar-se dele. Escreve uma carta, comunicando-lhe que recolhia ao Convento da Esperança e ia requerer a anulação do casamento para regressar ao seu país, levando o dote que trouxera Nessa mesma data dirigia ela uma epístola ao Cabido da Sé de Lisboa, informando-o das suas intenções, nestes termos:

Apartei-me da companhia de Sua Majestade, que Deus guarde, por não ter tido efeito o matrimónio em que nos concertámos, e por não poder sofrer mais tempo os escrúpulos da minha consciência, que me fez dissimular até agora o amor que tenho e me merecem estes reinos. Esperoque Sua Majestade, como melhor testemunha da minha razão, a declare para me recolher brevemente a França sem embaraço a minha pessoa.

E rogo ao Cabido da Santa Sé desta cidade, a quem por seus ministros toca ser juiz desta causa a queira mandar abreviar quanto for possível, favorecendo em tudo o que for justo a uma estrangeira magoada da desgraça de não poder viver na terra que veio buscar com tanto gosto.

E pode muito confiadamente entender de mim o Cabido, que em toda a parte em que assistir, saberei reconhecer a cortesia com que me trataram.

Lisboa, 22 de Novembro de 1667


Maria Francisca Isabel de Saboia


terça-feira, fevereiro 14, 2017

CURIOSIDADE – D. AFONSO VI

Em 1668, D. Afonso VI foi enviado para o Forte de S. João Baptista, na Ilha Terceira, onde permaneceu seis anos em cativeiro. D Pedro II descobrindo uma conspiração em 1674, protegida pelo embaixador espanhol, conde de Humanes, em que se pretendia soltar o rei e restituir-lhe o trono, foi o monarca transferido para o Paço de Sintra, onde veio a morrer, sendo mortos alguns dos conspiradores.

Chegou a armada comandada por Pedro Jacques de Magalhães, e fundeou em Cascais a 20 de Setembro de 1674, conduzindo o rei prisioneiro.

Deve ter sido lugubremente dramático o cortejo sinistramente iluminado com archotes, e a chegada desse prisioneiro inválido por aquela noite de Verão ao Paço, havia muito desabitado, e a sua condução à luz mortiça das tochas pelas salas quase vazias e pelas escadas em que os passos dos seus carcereiros ecoavam com sussurro. Tristemente penosa deve também ter sido a entrada no pequeno quarto, em cuja janela tinham colocado recentemente grades de ferro para bem servir de prisão.


O Paço era na altura guardado por trezentos soldados de infantaria a cargo do Sargento-mor Manuel Nunes, e havia também uma companhia de cavalaria, que era rendida todos os meses.