Demorou a chegar, mas como é habitual nestas coisas em que estão envolvidas responsabilidades políticas, há sempre quem venha dizer que as culpas são de todos, começando pelos comentadores da praça, diluindo assim as responsabilidades, e acentuando assim as diferenças entre os portugueses das diversas tendências, que souberam unir-se após as desgraças.
É fácil dizer que a culpa começou no Adão, que comeu a maçã, que o D. Afonso Henriques não devia ter batido na mãe, que o D. João I perdeu uma boa ocasião para estar quietinho e que o D. João VI devia ter ficado no Brasil a comer coxinhas de frango, para assim ilibar quem actualmente tem responsabilidades políticas em sectores que falharam rotundamente, e que não têm vontade de abandonar o poleiro, mesmo que deixem o governo arder em lume brando.
Com disparates destes estamos a culpar os bombeiros, a polícia, os habitantes das áreas atingidas, os mortos, os sobreviventes, os eleitores, os não-eleitores, e estamos a contribuir para que tudo fique na mesma e para que quem aceita lugares de responsabilidade, continue a achar-se inimputável.
Como dizia um amigo meu, a culpa, em última instância, é do segurança que abriu a porta e deixou entrar no ministério alguém que falhou nas suas funções de defende a causa pública e os portugueses. Demita-se o segurança!
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