Há quem ande para aí a dizer que
é preciso cortar nas despesas do Estado, cortando nos funcionários, (ainda
mais) nos salários e nas pensões, bem como em todo o estado social, porque só
podemos ter o que podemos pagar.
Convém esclarecer que a dívida
pública foi conseguida por falta de visão estratégica dos governantes, de erros
colossais nas apostas feitas em betão, alcatrão e projectos megalómanos para os
quais não havia dinheiro, surgindo assim as PPP’s que todos andamos a pagar.
Alegremente e inconscientemente,
a dívida foi-se acumulando e as assimetrias sociais também. Os políticos não se
sentem responsáveis, nem agora que os encargos da dívida sufocam a economia e
não permitem o investimento. A parcela do orçamento que vai para os encargos da
dívida é um tabu.
Todos sabem que o país, deprimido
como está com a dose incomportável de austeridade, não poderá jamais pagar a
dívida aos níveis em que ela está. Brinca-se com cortes para cá e para lá, como
se daí se visse alguma solução para o problema. Não há solução, a menos que
seja perdoada metade da dívida (haircut) e se mudem radicalmente as políticas e
os políticos.
A agonia a que estaremos
condenados com a falta de coragem de Cavaco Silva e Passos Coelho, vai condenar
o país à penúria e à inevitável revolta com consequências difíceis de prever.
2 comentários:
É impossível pagar os erros de tantos incapazes, nós sabemos e eles também, mas eles é que não podem dizer isso porque era reconhacer a sua incompetência.
bjos da Sílvia
Ouvindo Passos ficamos com a impressão que não sabe o que quer: primeiro acusa as pessoas de viverem acima das suas possibilidades, agora acusa -as porque não gastam!!
E se estas criaturas fossem tidas atirar-se ao mar?
Bons sonhos
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