terça-feira, julho 23, 2013

O INEVITÁVEL CORTE DE CABELO



Há quem ande para aí a dizer que é preciso cortar nas despesas do Estado, cortando nos funcionários, (ainda mais) nos salários e nas pensões, bem como em todo o estado social, porque só podemos ter o que podemos pagar.

Convém esclarecer que a dívida pública foi conseguida por falta de visão estratégica dos governantes, de erros colossais nas apostas feitas em betão, alcatrão e projectos megalómanos para os quais não havia dinheiro, surgindo assim as PPP’s que todos andamos a pagar.

Alegremente e inconscientemente, a dívida foi-se acumulando e as assimetrias sociais também. Os políticos não se sentem responsáveis, nem agora que os encargos da dívida sufocam a economia e não permitem o investimento. A parcela do orçamento que vai para os encargos da dívida é um tabu.

Todos sabem que o país, deprimido como está com a dose incomportável de austeridade, não poderá jamais pagar a dívida aos níveis em que ela está. Brinca-se com cortes para cá e para lá, como se daí se visse alguma solução para o problema. Não há solução, a menos que seja perdoada metade da dívida (haircut) e se mudem radicalmente as políticas e os políticos.

A agonia a que estaremos condenados com a falta de coragem de Cavaco Silva e Passos Coelho, vai condenar o país à penúria e à inevitável revolta com consequências difíceis de prever.


2 comentários:

Anónimo disse...

É impossível pagar os erros de tantos incapazes, nós sabemos e eles também, mas eles é que não podem dizer isso porque era reconhacer a sua incompetência.
bjos da Sílvia

São disse...

Ouvindo Passos ficamos com a impressão que não sabe o que quer: primeiro acusa as pessoas de viverem acima das suas possibilidades, agora acusa -as porque não gastam!!

E se estas criaturas fossem tidas atirar-se ao mar?

Bons sonhos