Ao que tudo o indica, e já ouvimos diversas declarações nesse sentido, o governo português pretende encenar um acordo inexistente com os parceiros sociais, para impressionar Bruxelas no próximo dia 11 de Março, no decurso de uma cimeira extraordinária da Zona Euro.
Já não é propriamente novidade para nós portugueses, muito deste faz-de-conta com que José Sócrates nos vem brindando com demasiada frequência, mas parece-me que desta vez o “truque” é demasiado forçado.
Uma nova mudança nas leis do trabalho numa altura em que o desemprego já é insuportável, em que os salários não param de se desvalorizar e em a contracção no investimento aponta claramente na direcção da recessão, não pode resolver coisa nenhuma, podendo mesmo aumentar o descontentamento popular, e fazer germinar sementes de revolta.
Nas propostas apresentadas pela ministra do Trabalho, Helena André, não consta uma simples linha na defesa dos direitos e garantias dos trabalhadores, pelo contrário, tudo o que lá consta apenas é do interesse dos empregadores. De um governo esperava-se que fosse o factor de equilíbrio entre o patronato e os sindicatos, velando pelos interesses das duas partes, mas não é isso que se vê.
4 comentários:
Esta coisa de nos quererem comer por parvos dizendo que para fomentar o emprego é preciso facilitar o desemprego já chateia!
Depois, o governo escolheu para protagonizar esta "palhaçada" umas figuras... bom, vou ser suave... que não valem nada: uma ministra ex-sindicalista, um Valter Nada de educação de má memória e é preciso não esquecer o Bagão que agora diz que é preciso um governo PSD/PP/PCP!
Só falta mesmo o João Proença!
Um abraço sempre do lado dos mal empregados
Concordo com o Pata Negra, mas acho que o João Proença ainda vai ter o seu momento de visibilidade quando assinar mais um acordo com o governo, que aliás é da sua cor preferida.
Bjos da Sílvia
"Nas propostas apresentadas pela ministra do Trabalho, Helena André, não consta uma simples linha na defesa dos direitos e garantias dos trabalhadores, pelo contrário, tudo o que lá consta apenas é do interesse dos empregadores. De um governo esperava-se que fosse o factor de equilíbrio entre o patronato e os sindicatos, velando pelos interesses das duas partes, mas não é isso que se vê."
Assino por baixo. Que a voz não te falte, nem o discernimento e que as mãos te permitam escrever assim por muito tempo.
Bem-hajas, Zé!
Um abraço revoltado
lançaram uma locomotiva sobre os direitos ao trabalho e não páram de trucidar o "equilíbrio"; desta forma, a economia tão "estimável" dará um resultado de pouco efeito sobretudo para os que trabalham para "outrem"...
Enviar um comentário