quarta-feira, outubro 20, 2010

O CATEDRÁTICO

Meninos: um catedrático,
sentindo-se paralítico,
atacado de reumático,
mandou chamar farmacêutica
que desse remédio prático
usado na terapêutica,
que lhe curasse o reumático.

Ora ela era epiléptica
e de figura fantástica,
magrinha como uma éctica
e bem pouco entusiástica.

Chegou a mulher esquelética,
cansada, porque era asmática
e logo perdeu a estética,
constrangida, sorumbática,
ao ver a figura exótica
da tal pessoa reumática,
ficando então tão caótica,
que se movia automática.

Brada o pobre catedrático,
quase em estado cataléptico:
- Cure depressa o reumático,
mesmo com ácido acético!

Ante um dizer tão asnático,
ainda que fosse piadético,
teve ela um ataque asmático,
seguido de outro epiléptico.

E ele que não era céptico,
não ficou na cama estático:
levantou-se, então, frenético
e lá se foi o reumático!

Poema atribuido a Nicolau Tolentino

FOTOGRAFIA
By Palaciano


CARTOON

6 comentários:

opolidor disse...

O Nicolau ficaria abismado por lhe trocarem os acentos todos com o novo acordo ortográfico...
abraço

Pata Negra disse...

Olha o Tolentino! estudei-o no liceu! catedrárico vem de catedral?
um abraço cábula

Anónimo disse...

É difícil rimar com tantos acentos mas é apenas a prova que não tinha reumático.
Bjos da Sílvia

São disse...

Conheci Tolentino no Liceu, mas desconhecia esta poema seu.

Uma noite bem disposta, meu caro.

o escriba disse...

Óptimo (ou já será ótimo?) para desembaraçar a língua!eheheh!


Um abraço
Esperança

Anónimo disse...

Foi bom rever o texto original porque o que venho declamando há 50 anos já tinha algumas falhas. O meu obrigado.