Os deputados rejeitaram propostas de encerramento do comércio ao domingo, como aliás já o tinham feito em 2008. As razões aduzidas são tão pobres que me levam a pensar que se resumem ao interesse das grandes superfícies, que acenam com a possibilidade de eliminarem 8500 postos de trabalho.
Repare-se que devido ao fecho de um dia devido à visita papal, que eu nem sequer apoio, temos um coro de protestos, porque os pais não têm onde deixar os filhos, com as escolas e infantários públicos encerrados. Estes protestos são feitos por muitos dos que se insurgem contra o fecho das grandes superfícies ao domingo, como se os que lá trabalham não tenham que enfrentar os mesmos problemas durante todo o ano.
Os trabalhadores das grandes superfícies não ganham mais pelo trabalho aos domingos e feriados, mas isso não importa nada a quem só se preocupa com o seu umbigo. Os domingos e feriados, julgam eles, servem para ir ao shoping, e ponto final.
O descanso ao domingo devia ser observado por quase todos os portugueses e a excepção devia ser só para os serviços essenciais e de absoluto interesse público. Já é tempo de nos integrarmos na Europa desenvolvida, onde esta é a prática corrente, e de pensarmos todos que o que queremos para nós, também o devemos desejar para os outros.
O emprego de que fala o patronato é uma tanga, para não dizer que é uma ameaça inadmissível para justificar a desregulação dos horários e mais exploração de quem trabalha, e que tem direitos. Dividir para reinar é a arma que têm usado, para estimular as invejas, mas há que desmascarar e denunciar o esquema.
SUGESTÕES CULTURAIS
Um bom bailado para se apreciar num domingo
Versão light
6 comentários:
Concordo inteiramente com o que diz no seu post!
O meu genrinho é trabalhador numa grande superfície e a bem dizer é quase um trabalho escravo, por 500€ por mês. Nos meses em que as vendas descem (caso de Janeiro, por exemplo) as reuniões têm todas a mesma tónica: ou se esforçam (se calhar em ir buscar os clientes a casa...) ou são despedidos. No dia 1 de Maio é expressamente proibido faltar, sob pena de se ir para a rua, o que já aconteceu.
Enfim, cada vez mais somos um país de explorados, na cauda de tudo, menos do que "Eles" querem e entendem.
Olhe, Amigo, "não há pai" é para os de rendimento mínimo, que, na generalidade, não produzem, não descontam e contribuem grandemente para a "demência social" deste país!
Venham de lá mais Papas ao dia de semana e shoppings ao domingo.
Um abraço
Esperança
Zé,
Então e onde é que uma quantidade de gente ia passear ao domingo, senão ao shopping?
E não é para fazer compras!
Prefiro ver o Quebra-Nozes... faz-me esquecer o resto.
Uma maravilha!
Um abraço
Amigo, se os centros comerciais encerrassem , onde é que as famílias levariam os rebentos a passear?!
E claro que Belmiro de Azevedo e adins só t~em que dar ordens e ver defendidos os seus patrióticos interesses.
Quanto ao pastor alemão, não entendo a razão da sua vinda nem percebo como um Estado dito laico decreta emcerramento de escolas e feriados pela visita do chefe de uma igreja!!
Um abraço.
Somos um povo triste, demasiado conformado e resignado perante as leis dos mais poderosos. A falta de coragem, o tal golpe de asa, poderá surgir um dia mas sempre à boleia de quem arriscar tomar a dianteira, sujeitando-se às consequências.
Bjos da Sílvia
E qualquer dia todos teremos de trabalhar ao domingo para que todos possam usufruir dos nossos serviços ao domingo. Mas se todos trabalharmos ao domingo como é que poderemos usufruir dos serviços dos outro ao domingo? Isso é secundário, o importante é escravizar!
O domingo vem-nos da cultura cristã. Trabalhar ao domingo é pecado. Se não fosse essa herança provavelmente nem teríamos um dia de descanso. Não me admira muito que as confederações patronais, mais ano, menos ano, venham com a necessidade de todos termos de trabalhar ao domingo. Terão o apoio da populaça que já tem de trabalhar ao domingo - se eu trabalho, porque é que os outros não trabalho?! - e não - se os outros não trabalham porque é que eu trabalho?!
Inda agora, a propósito do Papa, a tolerância de ponto aos funcionários públicos indignou os que acham que os funcionários públicos não fazem nada! Então se não fazem nada, qual é o problema?
Como se um dia sem trabalhar fosse pecado! Porra! Pecado é trabalhar ao domingo e dizer porra!
Um abraço trabalhador
Assino por baixo. Todos temos direito ao descanso de Domingo e...como diz o outro...E MAIS NADA!
Beijo
Graça
Enviar um comentário