O homem sempre soube, desde tempos imemoriais, que a segurança é um conceito relativo, pois é vulnerável aos elementos, às doenças, e a muitas outras coisas e seres que partilham este planeta. Desde a subida às árvores, ao refúgio em cavernas, passando pela construção de espaços fortificados, à organização de forças de segurança e a criação de Leis para dissuadir e punir quem atente contra a sua segurança, o homem tem vindo a tentar de tudo, ao longo dos tempos, para minimizar o sentimento de insegurança das comunidades.
Não há mundos nem sistemas perfeitos, mas há exemplos de sociedades com mais e menos segurança que têm algumas características sobre as quais podemos e devemos ponderar. Por exemplo, nas sociedades onde o civismo e o respeito pela Lei são uma característica marcada, e onde existem menos assimetrias sociais, a violência tem menor expressão, notando-se aí menos sentimento de insegurança por parte das populações.
Um dos melhores barómetros para aferir a “saúde” de uma sociedade, ou melhor, da justiça social de um país, é analisar o seu grau de violência, de criminalidade e de sentimento de insegurança. Eu sei que a tendência é privilegiar os dados económicos e de riqueza, jogar com os números fazendo médias pretendendo assim esbater as assimetrias, mascarando a realidade.
É um erro tremendo pretender minimizar o sentimento de insegurança das populações, desvalorizar a gravidade da violência e da criminalidade que vai sendo cada vez maior, em vez de se trabalhar a sério para uma melhor justiça social, melhor repartição das riquezas, melhor Justiça e melhor Educação (académica e cívica).
Por este andar, temo que seja maior a tentação de tombarmos num Estado securitário, do que num Estado socialmente mais justo, que no fundo é o que a maioria dos portugueses deseja.
12 comentários:
"Por exemplo, nas sociedades onde o civismo e o respeito pela Lei são uma característica marcada, e onde existem menos assimetrias sociais, a violência tem menor expressão, notando-se aí menos sentimento de insegurança por parte das populações."
Acaso haverá quem não queira viver numa sociedade onde a segurança seja privilegiada?
Numa sociedade onde o fosso entre ricos e pobres é cada vez mais acentuado, onde o desemprego não pára de aumentar, onde o rendimento mínimo garantido parece um porto de chegada e não uma ponte para outra margem não me parece que se caminhe na direcção que a maioria deseja. Cabe-me, no entanto, manter a esperança de que um dia a situação se inverta. Mesmo que eu já cá não esteja.
Beijinhos
Um bom alfobre de miséria garante mão-de-obra barata e um contínuo enriquecimento de quem já domina.
Lol
AnarKa
Caro Zé Povinho,
Concordo com a Sophiamar na escolha da sua frase. Ele insere o verdadeiro problema.
Porém resta saber se o comportamento dos governantes dá razão às palavras do anónimo. Não estarão eles a fazer o jogo dos amigos capitalistas?
As sociedades em que há grandes motivos de descontentamento caminham para períodos de grande instabilidade, que podem ser abafados, mas um dia mais tarde a agitação volta. Quem beneficia com isso?
Um abraço
A. João Soares
Olá amigo Zè povinho.
Passei para lhe desejar uma semana com muita paz e amor em seu coração.
beijos da amiga.
Regina Coeli.
Te aguardo no meu cantinho.
É por essas e por outras que eu me limito ao meu cantinho, não subo escadas, nem tenho moto-serra! Aqui, não há férias, há sossego!
Abaixo a insegurança! Viva a província e as espingardas dos caçadores! Não tenho caçadeira mas tenho uma forquilha!
um abraço seguro
Seria bom viver numa sociedade segura, sem assimetrias socias, sem ghetos para africanos ou para ciganos. Seria bom viver numa sociedade justa onde os que têm dinheiro e poder são os únicos que não vão parar à prisão.
Um abraço
Apreciei a música e as ilustrações.
Quanto ao texto, se permite assino por baixo.
Bom fim de semana.
Mas já estamos a caminhar para um país iletrado e securitário...
Um Abraço e Bom Fim de Semana
Amigo Zé,
Ele há coincidências.
Onde é que assino?
Porque faço minhas cada dum das tuas palavras.
Um grande abraço
Concordo com um maior investimento na segurança, na justiça e na transmissão à população o sentimento de segurança.
No entanto também não acho que as coisas andem tão mal como são pintadas, existe neste momento demasiado alarmismo, demasiado ruído de fundo, ruído que impede as nossas forças de segurança de actuarem em conformidade e dentro da lei, pois sabem que tudo o que fazem é passado no crivo da comunicação social, que diga-se gosta é de sangue.
Um abraço,
Tiago.
Passei para te desejar um bom fim de semana e deixar um beijinho.
Oi Zé!
Amei o que li e vc tem toda razão.
Haja insegurança!
Deseju um final de semana iluminado!
Carinho de RO!
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