sábado, agosto 20, 2005

CALAMIDADES

Não é uma calamidade a enorme área ardida neste país nem é calamidade haver casas ardidas, pessoas mortas e feridas em incêndios, haveres destruídos que eram apenas o complemento de pensões miseráveis, árvores de fruto e terrenos agrícolas onde cresciam pequenas hortas ou meia dúzia de animais para consumo próprio. Claro que há quem venha com o pretexto de que ao declarar a calamidade pública vinha isentar e beneficiar as companhias de seguro, como se a maioria dos estragos estivesse coberta por seguros. Está-se mesmo a ver que todos aqueles moradores de vilas do interior e os habitantes do mundo rural do Portugal profundo, tinham disponibilidade para terem seguros para os seus bens.
Calamidade é haver indivíduos que têm reformas por actividades de serviço público que acumulam com vencimentos também em actividades do mesmo tipo. Calamidade é haver subsídios de renda de casa para pessoa que ganham bons ordenados. Calamidade é pedir-se sacrifícios ao povo e ver-se que ao mais alto nível se continuam a ver privilégios inexplicáveis.
Não há calamidade maior do que haver altos dirigentes da nação que desconhecem as realidades do país que somos.Liberdade, igualdade e fraternidade talvez já não sejam o lema actual, ou talvez alguns estejam apenas a ver o mundo de pernas para o ar.
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1 comentário:

José Lopes disse...

Ó Zé, então tu não conheces os novos indigentes? Recordas-te do boneco do Contra Informação? Eu recordo-me, e não é que vim a saber que o dito era podre de rico?
Indigente no próximo dicionários virá como sinónimo de rico ou político. Topas?