sexta-feira, julho 15, 2005

CONSCIÊNCIA E INTERVENÇÃO CÍVICA

Já é recorrente ouvir-se pessoas lamentando uma greve e queixando-se dos seus incómodos. Não raras vezes dizem ter sido apanhados de surpresa partindo para o ataque contra os que exercem um direito que lhes assiste, a greve.
A tese da surpresa, do desconhecimento e dos incómodos, alimentada por alguma comunicação social e alegremente comentada por outros poderes instituídos, é um reflexo da falta de cultura cívica, um dos grandes males da sociedade portuguesa. É, ainda, difícil em Portugal respeitar os outros e consequentemente o exercício dos seus direitos. Prevalece e é alimentada uma atitude individualista, propícia à predominância dos mais fortes e poderosos.
A educação continua a ignorar a cultura cívica e a intervenção consciente dos cidadãos como actos de cidadania que devem ser ministrados a par dos outros conhecimentos académicos, e depois lamentamos o mau comportamento nas estradas, a fuga deliberada aos impostos e demais obrigações fiscais, o mau comportamento que resulta na degradação ambiental, etc ...
Por muito agradável que esta situação seja para os governos, pelo menos em determinados momentos, nada os isenta, a todos (do passado, presente ou futuro), da responsabilidade de promover uma melhor cultura cívica dos cidadãos, promovendo uma sociedade melhor, mais solidária e responsável.
Respeite-se tanto quem adere a uma greve, com todos os seus incómodos, como quem decide não aderir, sejam lá quais forem os seus motivos.

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