Sabe-se que alguns dos nossos
reis manifestaram um gosto especial pela música, e ninguém ignora que D. João V
encomendou os carrilhões de Mafra, ou que D. João VI encomendou os seis órgãos
que estão hoje na Basílica de Mafra.
O gosto pela música por parte da
realeza lusa é bastante anterior, basta mencionar o rei D. Dinis, mas pouco se
fala de D. Manuel, que levou esse gosto a extremos.
Quando o rei se deslocava pela
cidade de Lisboa, para além da verdadeira procissão que o acompanhava, que incluía
um rinoceronte, elefantes, um leopardo e o seu séquito, também era acompanhado
por trombeteiros e tambores. Quando se recolhia para os seus aposentos para
descansar, mandava que lhe tocassem uma serenata.
Quando estava na Casa da Índia,
no seu escritório, uma orquestra tocava para ele, e até quando às sextas-feiras
estava no tribunal, lá se ouviam os sons de flauta e clavicórdio. Segundo
Damião de Góis, o rei reuniu músicos de toda a Europa para a sua música de
câmara e para a sua capela.
A tudo isto podemos juntar as
muitas festas aos serões, onde imperava a música, a par com os comediantes e o
próprio teatro.
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