Isabel Jonet cometeu um erro de
palmatória num programa televisivo quando, talvez involuntariamente, misturou a
sua condição de presidente do Banco Alimentar com a opinião política enquanto
cidadã dum país livre e democrático, e o erro não é fácil de remediar.
A opinião pública é muito
sensível, em tempos de crise, ao tema da pobreza e do desemprego, e a líder
duma entidade virada para a acção social e dependente do voluntariado e das
doações dos cidadãos devia compreender que, nessa condição específica, deve ter
a preocupação de unir e nunca a de eventualmente dividir opiniões.
A opinião da cidadã Isabel Jonet
é que foi debatida nas redes sociais, mas os danos desta intervenção pouco
avisada, podem recair sobre uma instituição, que apesar de ser dirigida por
pessoas que podem errar como todos os humanos, tem uma função tanto mais
importante quanto maior for a crise que estejamos a passar.
Lamento mais uma vez a tentativa
de explicações da presidente do Banco Alimentar, que apenas serviu para
salientar a sua opinião, que é muito discutível, e não para acabar de vez com a
polémica. O silêncio talvez tivesse sido mais útil nesta ocasião.
3 comentários:
Conheci um Jonet, médico de profissão, com um coração tamanho do Mundo. Ajudou pessoas carenciadas sem nunca pedir nada em troca, nem sequer publicidade. Espero que a Drª Isabel do comum só tenha o nome. A mensagem que a Drª Isabel passou criou polémica e não foram as pessoas que a leram que entenderam mal, foi a que a Drª disse ou a forma como o disse que caiu mal. Já o Sr. PR tinha feito o mesmo há uns tempos atrás. As pessoas em cargos de relevo devem pensar bem no que dizem e da forma como dizem.
Abraço do Zé (o outro)
Vivemos na ditadura do politicamente correcto e, tal como em qualquer outra ditadura, há coisas que não podem ser ditas em público. Nada demais. Curiosamente muitos dos que agora criticam as palavras da drª Jonet enalteciam ainda há pouco tempo a acção de um alcaide espanhol que assaltou um supermercado para distribuir comida pelos pobres da sua terra. Enfim, princípios de vida...
O desconhecimento da realidade, neste caso da pobreza, traiu quem tem como por missão acudir às necessidades mais elementares de quem está em má situação. Isabel J. não sabe mesmo o que é a pobreza e notou-se isso nas suas declarações.
Bjos da Sílvia
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