quarta-feira, dezembro 30, 2015

MUSEUS E DEMAGOGIA



Todos gostamos de ter coisas gratuitas, não só porque se ganha cada vez menos, com o custo de vida a aumentar, mas também porque já suportamos uma enorme carga de impostos. Nestas coisas temos que ter prioridades, até porque os tempos não estão para folias.

Uma das coisas que me fez ficar arrepiado foi ouvir da boca do novo ministro da Cultura, que era favorável a ter os museus com entradas grátis, quando temos dificuldades na saúde, na segurança social, e na educação, só para mencionar áreas que considero essenciais para conseguir minimizar as enormes assimetrias existentes neste país.

João Soares não foi a primeira escolha para a pasta da Cultura, e não creio que esteja ainda a par das necessidades do sector do Património, onde a primeira medida que se lhe conhece, foi a de não permitir o encerramento dos museus no dia 31 de Dezembro, apesar da tolerância de ponto para a função pública, como se os museus e monumentos fossem um serviço essencial.

Já tivemos uma senhora ao leme da Cultura que também chegou com a ilusão que o país conseguia ter os museus gratuitos, mas depressa arrepiou caminho, quando confrontada com as contas. Talvez seja útil recordar que Francisco José Viegas, já em 2011, veio a arrepiar caminho ao excesso de gratuitidades, deixando gratuito apenas o 1º domingo de cada mês, em vez de todos.

Para os que têm a ilusão de que é necessário ter os museus gratuitos, é forçoso recordar que a exposição “O corpo humano” em exibição na antiga Cordoaria Nacional (preço de 15€), tem tido mais visitas que o Museu Nacional de Arte Antiga (preço 6€). Tirando o Mosteiro dos Jerónimos que é o monumento mais visitado (preço 10£), os monumentos mais visitados são em Sintra com preços bem mais elevados, sobretudo na época alta.

Em Portugal costuma dizer-se: “Sem dinheiro, não há palhaço”, e é bem verdade, porque sem dinheiro o Património vai-se degradando e perde visitantes. Isto pode não ser popular mas há que valorizar os nossos museus e monumentos, tornando-os atractivos e rentáveis, porque ainda temos outros sectores que devem ter a prioridade nas dotações orçamentais.  


Palácio da Vila, Sintra by Palaciano 

Palácio da Vila2, Sintra by Palaciano

2 comentários:

Anónimo disse...

GOVERNAR A CASA COM DINHEIROS DOS OUTROS É FÁCIL
LOL

ANARKA

Anónimo disse...

Desejo a todos UM BOM ANO NOVO de 2016 !!!