terça-feira, julho 31, 2018

À MESA COM O REI

Quatro fotografias de mesas reais(?) em dois palácios diferentes, as duas de cima em Mafra e as duas de baixo em Sintra.

Podem escolher onde querem sentar-se, afinal aqui não fazemos cerimónia...


domingo, julho 29, 2018

AUTONOMIA DE GESTÃO DOS MUSEUS

O Ministério da Cultura prepara-se para dar mais autonomia na gestão de museus, palácios, monumentos, e sítios arqueológicos com um decreto-lei que já está a suscitar muitos reparos.

O documento é bastante extenso e já terá sido discutido com algumas organizações do sector, mas como sempre acontece, não com todos os grupos profissionais, o que é sintomático.

Apesar de ainda se estar num estágio bastante inicial, uma coisa parece já estar bem clara: fala-se em dinheiros, gestão económica, mas não se discute a política museológica nem os condições de trabalho.


Por enquanto só vejo mais uma manobra política que acabará por deixar tudo na mesma, ou pior…


quinta-feira, julho 26, 2018

AFINAL QUEM COME TUDO?

Até há bem pouco tempo não lia nada escrito por João Miguel Tavares (lia o DN), e só o ouvia num programa televisivo, e discordava quase sempre das suas opiniões, que eu comparava às de Miguel Sousa Tavares (acho que não são aparentados), pelo menos no “azar” que ambos nutrem à coisa pública e aos funcionários do Estado.

Hoje li um artigo de opinião de JMT e lá estava tudo, como se depreende pelo título, “o Estado come tudo e não deixa nada”. Começa pela frase “”sim todos sabemos que a primeira leva do dinheiro da Europa foi gasta em viadutos e auto-estradas (e jipes)…”, seguindo-se “… ou seja, 87% dos recursos de topo foram canalizados para financiar projectos estatais, e apenas uns insignificantes 13% puderam ser aproveitados por empresas privadas”.

Claro que podemos discutir os projectos aprovados no tempo de Cavaco Silva e os do programa Portugal 2020, e que por certo seremos muitos a concordar que foram más apostas e que se esbanjou muito dinheiro, mas concluir que o Estado comeu tudo, é um disparate.

As grandes empresas de construção civil que fizeram os viadutos e as auto-estradas, são privadas, e os jipes, bem como os montes alentejanos (que não menciona), também foram parar a privados e não ao Estado.

Confesso que em algumas alturas fiquei a pensar se João Miguel Tavares não estaria confuso, afinal o Estado somos todos nós, mas depressa afastei o pensamento e pensei, deixa para lá, nem vale a pena perder tempo a ler este senhor…  

O Grande Comilão

terça-feira, julho 24, 2018

O REI E A MÚSICA


Sabe-se que alguns dos nossos reis manifestaram um gosto especial pela música, e ninguém ignora que D. João V encomendou os carrilhões de Mafra, ou que D. João VI encomendou os seis órgãos que estão hoje na Basílica de Mafra.

O gosto pela música por parte da realeza lusa é bastante anterior, basta mencionar o rei D. Dinis, mas pouco se fala de D. Manuel, que levou esse gosto a extremos.

Quando o rei se deslocava pela cidade de Lisboa, para além da verdadeira procissão que o acompanhava, que incluía um rinoceronte, elefantes, um leopardo e o seu séquito, também era acompanhado por trombeteiros e tambores. Quando se recolhia para os seus aposentos para descansar, mandava que lhe tocassem uma serenata.

Quando estava na Casa da Índia, no seu escritório, uma orquestra tocava para ele, e até quando às sextas-feiras estava no tribunal, lá se ouviam os sons de flauta e clavicórdio. Segundo Damião de Góis, o rei reuniu músicos de toda a Europa para a sua música de câmara e para a sua capela.

A tudo isto podemos juntar as muitas festas aos serões, onde imperava a música, a par com os comediantes e o próprio teatro.



terça-feira, julho 17, 2018

MUSEUS A MEIO GÁS


Hoje voltou a ser notícia, que existem salas fechadas nos nossos museus, no caso a notícia é relativa ao Museu de Arte Antiga, por causa da falta de pessoal de vigilância.

O problema é recorrente mas pelos vistos não se encontra uma solução para o resolver. Abrir concursos é difícil porque tudo esbarra nas Finanças, e creio que o Ministério da Cultura já nem o tenta, pois não tem força negocial para o fazer.

A categoria em que se encontram os vigilantes de museus, assistente técnico, é a mais mal paga nos museus e monumentos, exige o 12º ano de escolaridade e o conhecimento de línguas estrangeiras, a obrigatoriedade de trabalhar aos sábados, domingos e feriados, pois mesmo sendo uma carreira comum, está obrigada a um horário específico para esta função.

As últimas contratações, sempre de pessoas com algum vínculo à função pública (como atestam as aberturas de concurso), resultaram em entradas por alguns meses seguidas de debandada rumo a outros serviços com horários compatíveis com a assistência à família, o que se compreende.

Com a saída de muitos profissionais por aposentação, e a proximidade de muitas mais saídas pelo mesmo motivo, o futuro apresenta-se muito negro. Outra coisa que haverá a lamentar será a não passagem de conhecimentos e experiências, o que também será um retrocesso, tudo se contuniar a injectar dinheiro nos bancos e para pagar salários altíssimos a quem foi participante na falência de bancos.

Esta é a "coltura" de quem nos vai (des)governando...



sexta-feira, julho 13, 2018

PROIBIR IMAGENS DE MULHERES ATRAENTES?

A FIFA decidiu proibir as televisões de focarem "as mulheres atraentes" nas bancadas, o que parece ser mais um exagero, daqueles na senda do politicamente correcto.

A beleza, feminina ou masculina, não devia ser alvo de discriminação, e neste caso parece-me que é apenas a feminina que é alvo de censura, não entendo bem porquê!

Os jogadores de futebol fazem inúmeros spots publicitários, e recebem boas maquias por essa publicidade, e não vejo ninguém querer censurar isso. Nas bancadas são focadas crianças a chorar ou a vibrar pelos clubes e selecçções da sua preferência, e não vejo qualquer oposição. Quando surgem mulheres bonitas, ou pelo menos vistosas, lá aparecem os censores dos costumes a impor restrições.

Para onde caminhamos nestas coisas do politicamente correcto?



quarta-feira, julho 11, 2018

domingo, julho 08, 2018

BAIXOS SALÁRIOS E PRODUTIVIDADE


Quando ouço alguns empresários a falar sobre a falta de mão-de-obra para os seus empreendimentos, ou na baixa produtividade dos portugueses, sinto vontade de lhes perguntar quais serão as causas desses problemas.

Será que a baixa produtividade é a causa dos baixos salários praticados, ou apenas a sua consequência? E a falta de candidatos a muitas ofertas de emprego prendem-se com a falta de pessoal ou com as más condições de trabalho e os baixos salários oferecidos?

Existe sempre uma razão à disposição de quem se queixa, mas muitas vezes é difícil colocarmo-nos no lugar dos outros, para perceber a realidade.

O sector privado, e o público que o apoia sem qualquer rebuço, não hesita em premiar quem prejudicou a comunidade, bastando para isso estar em altos cargos, em detrimento de quem dá o litro, e a cara pelas instituições, mesmo sabendo que as chefias se estão a “vender” por bónus chorudos que lhes caiem no regaço, quer os resultados sejam positivos ou negativos.

Leitura recomendada AQUI



quarta-feira, julho 04, 2018

PORTUGAL E OS DESCOBRIMENTOS


Nos tempos que correm não será politicamente correcto falar-se dos descobrimentos portugueses, mas o que é certo, é que foram os portugueses que nas suas naus e caravelas, partindo de Portugal, descobriram novas rotas marítimas para terras distantes.
A pretexto da religião e do interesse comercial, lá foram os nossos marinheiros pelas costas de África, até à Índia e ao Brasil. Os povos que encontrámos tinham diferentes religiões e interesses próprios no comércio das especiarias e outras mercadorias.

O mercado das especiarias era feito por terra, até à presença portuguesa, e era dominado na Europa pelos venezianos e genoveses, e em África e na Ásia pelos povos locais, pelo que houve muita disputa pelo domínio das rotas, com a violência típica destas situações nessa época.

Outro assunto difícil de abordar, a escravatura, há que lembrar que ela sempre existiu, mesmo em África e antes das nossas navegações, e também convém salientar que sem a condenação das diferentes religiões, ao tempo, tendo até o Infante D. Henrique tido o acordo papal para ter a exclusividade do mercado de escravos.

Tudo isto faz parte da nossa História, o que não significa que nós, na actualidade, estejamos a apoiar este tipo de acções, pois o pensamento e a evolução dos comportamentos sociais, são absolutamente contrários a essa actuação.

O que também importa salientar é que os factos históricos não podem ser negados, de nada adianta tentar encobrir o que foi feito, e também lembrar que a História tem de ser olhada com olhos de ver e julgada segundo o pensamento de cada época, e não com uma visão actual.