quarta-feira, janeiro 17, 2018

PORQUE FALTAM VIGILANTES NOS MUSEUS



Esta frase pode ser uma afirmação mas pode também ser uma pergunta, e nos dois casos é pertinente saber-se das suas razões.

As dificuldades existentes devido à falta de pessoal de vigilância são públicas, e não são exclusivas do Museu Nacional de Arte Antiga, ou de qualquer outro museu, palácio ou monumento.

As razões para a escassez de funcionários para estas funções são diversas, começando pelo âmbito do recrutamento, que está restrito a quem tenha algum tipo de vínculo ao Estado, o que é absolutamente redutor. Os candidatos nestes concursos, na sua maioria, pretendem apenas solidificar o vínculo para depois “saltarem” para outras funções e ministérios, com condições mais favoráveis.

Falando das condições oferecidas nestas funções, temos o salário que é muito baixo (próximo do ordenado mínimo), um horário que se estende pelos sete dias da semana, incluindo sábados e domingos sem qualquer remuneração suplementar, e boa parte dos feriados, estes pagos como trabalho extraordinário. As folgas são 8 em cada 4 semanas, sendo que nesse período (das 4 semanas) se permite o gozo de um fim-de-semana completo.

Apesar da legislação existente, a formação profissional é inexistente, chega-se a exigir que o vigilante fique de pé durante as horas de serviço, tomando conta de várias salas ou de espaços amplos em que não se consegue abarcar tudo quando lá estão muitos visitantes, e muitas vezes sujeitos a temperaturas baixas, correntes de ar e humidade extrema.

Talvez o senhor ministro e alguns outros que ocupam lugares em escritórios climatizados, com boas cadeiras achem que estes lugares de vigilância são agradáveis, e que os salários são justos para a função, mas também se podiam questionar sobre as razões de não conseguirem fixar jovens nestas funções, ou então questionar os seus funcionários que desempenham esses cargos há muitos anos, e talvez mudassem a sua opinião sobre a gestão de recursos humanos nestes serviços.



1 comentário:

Elvira Carvalho disse...

Difícil fixar jovens em empregos, quando não lhes dão condições.
Abraço