terça-feira, agosto 29, 2017

A INVEJA TUGA



O caso da Autoeuropa com o trabalho ao sábado, sendo tratado como um dia normal de trabalho, fez com que as caixas de comentários das notícias se enchessem de imensas alarvidades, de quem não sendo atingido pela medida ataca quem se procura defender com os instrumentos que tem ao seu dispor.

Há pouco mais de uma vintena de anos a semana normal de trabalho era de segunda a sexta, e o sábado e domingo eram dias de descanso para a maioria dos portugueses, embora existissem alguns serviços de utilidade pública, que laboravam aos fins-de-semana e aos feriados. A vida decorria na completa normalidade e ninguém se queixava, e os patrões quando tinham que satisfazer encomendas superiores à produção normal, recorriam ao trabalho extraordinário durante o tempo necessário, e tudo se resolvia a contento.

Com o ultraliberalismo e as suas teorias economicistas, as relações laborais desequilibraram-se e diminuiu a protecção do factor trabalho, aumentando o poder do factor capital, tudo em benefício de maiores lucros com a diminuição dos custos, leia-se direitos laborais.

O sábado e o domingo não deviam nunca ser considerados como dias normais de trabalho, e quem quiser que os seus trabalhadores trabalhem nesses dias, deve ser obrigado a remunerar esse trabalho como extraordinário, é simples. Isto deve ser válido para o Estado e para os privados e em todos os sectores.

Nada paga os inconvenientes para a vida pessoal e familiar de quem está privado de poder folgar normalmente nos mesmos dias que a maioria, mas há que reconhecer que não é a mesma coisa trabalhar quando a família e amigos estão de folga, e ser obrigado a folgar muitas vezes em dias à escolha dos serviços.

Nota: Trabalho há mais de 40 anos aos sábados, domingos e feriados, e só me lembro de ter folgas normais durante seis meses.   


Este remédio era bom para muito invejoso 

Inveja

domingo, agosto 27, 2017

A CONFUSÃO INSTALADA

Cupido, o deus do amor, filho de Vénus e de Marte, é representado como um rapazinho alado com o seu arco, pronto a disparar sobre o coração de homens e deuses. Não confundir com os anjinhos papudos que vemos representados em pinturas muito típicas dos séculos mais recentes, nas culturas judaico cristãs.


Põe-te a milhas, ainda te confundem com um anjo...

sexta-feira, agosto 25, 2017

EFEMÉRIDES DO DIA

A 25 de Agosto de 1988 deu-se o grande incêndio do Chiado

No dia 25 de Agosto de 1944 os aliados entraram em Paris.

quarta-feira, agosto 23, 2017

TEMA DO DIA

A senhora exerceu um direito seu, de  revelar publicamente a sua homossexualidade, contudo não considero que se enquadre numa declaração política ou que seja "um gesto histórico" como consta do título dum jornal.

Como política que é, este cidadão só lhe pode exigir que exerça o cargo da melhor maneira possível, nada mais. 

Talvez devesse ser politicamente correcto, e aplaudir a senhora, mas confesso que em nada alterou o respeito que tenho pelas escolhas de cada um, independentemente do seu estatuto social.

Esta foi apenas uma das muitas piadas que fui ouvindo hoje devido à notícia em apreço.

sábado, agosto 19, 2017

BATALHA – CAPELA DO FUNDADOR



Não foi com grande surpresa que recebi a notícia segundo a qual a Capela do Fundador do Mosteiro da Batalha tinha sido muito mais colorida num passado distante.

Quando por lá andei, há trinta e picos anos, pude constatar essas cores em alguns capitéis e mesmo numa parede aos pés do túmulo de D. João I e de D. Filipa de Lencastre. Não fazia nenhuma ideia sobre as partes que seriam pintadas, até porque existem túmulos bem mais recentes (século XX), e também porque uma parede terá sido aberta para passarem os caixões que estavam nas capelas da igreja e na igreja matriz da Batalha, por alturas da trasladação.

É bom saber que se anda a estudar como seria a dita capela no século XV e XVI, e gostava de ver o resultado deste trabalho de investigação, ainda em curso.

Site do projecto AQUI (Infelizmente só em inglês).


Fotografia do site mencionado no texto

quinta-feira, agosto 17, 2017

IDADE

O mais importante que aprendi a fazer depois dos quarenta anos foi a dizer não quando é não. 

Gabriel Márquez 


terça-feira, agosto 15, 2017

PATRIMÓNIO DEGRADADO

Foi anunciada ontem a intervenção, urgente, no Templo Romano de Évora, devido ao risco de queda de pedras, pois foi detectado o mau estado de certos elementos pétreos, nomeadamente capitéis de mármore.

Saúda-se a decisão de intervir com urgência neste caso, pois a segurança das pessoas e do Património deve ser sempre uma prioridade de qualquer governo.

Existe pelo menos mais uma situação que nos parece ser merecedora de igual atenção, que é os restauro dos carrilhões do Convento de Mafra, que se encontram há anos seguros por andaimes, porque as madeiras que os suportam estão muito deterioradas. Este restauro anda a ser adiado há pelo menos 3 anos, e nem é bom pensar no que seria algum dos sinos cair durante o horário de funcionamento do monumento.

Carrilhões de Mafra
2.438

domingo, agosto 13, 2017

A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA PARA OS PAÇOS REAIS



Por razões diversas interessei-me pelo abastecimento de água aos Paços Reais, e pelo modo como esse abastecimento era feito, mesmo em tempos muito recuados.

Não vem agora ao caso esmiuçar todos os detalhes, mas sim afirmar que palácios como o da Ajuda, o de Queluz, o da Pena, o de Sintra, ou o das Necessidades, eram abastecidos pelo aproveitamento de águas de fontes e minas, sendo estas águas transportadas por levadas, pequenos aquedutos e outros tipos de condutas, até aos depósitos que serviam cada palácio.

Existem registos dispersos dos diversos abastecimentos mais antigos e existe um livro elucidativo e bem detalhado, datado de 1904, sobre as águas que abastecem os almoxarifados das reais propriedades, sobre este assunto.

Tanto quanto conheço estes antigos abastecimentos foram deixados ao abandono durante muitos anos, e apenas o Paço da Vila de Sintra ainda aproveitava boa parte desse abastecimento, a Pena não aproveita quase nada, e nos restantes nem consegui que alguém me desse alguma informação, parecendo desconhecer totalmente de onde vinham as águas no tempo da monarquia.

Existem vestígios claros na Matinha em Queluz, para não falar do aqueduto, um grande depósito na Ajuda, e uma nora em Mafra, para dar apenas alguns exemplos.



sexta-feira, agosto 11, 2017

FOTOS DE MÁRIO NOVAIS

Não tinha pensado em fazer um post sobre a Exposição do Mundo Português, de 1940, pois há artigos de qualidade sobre o assunto, mas como veio à baila por causa da obra Mário Novais, um excelente fotógrafo que fez  boa parte das fotos aqui exibidas, aqui ficam uns apontamentos.

A fonte monumental que ainda lá está e o edifício que se vê não é evidentemente o Centro Cultural de Belém, que viria a ser construído muitos anos depois.
Uma planta da época onde se podem ver os destaques da Exposição de 1940. 

A Nau Portugal, talvez a atracção que pior sorte viria a ter. (Leia AQUI)

A Torre de Belém, ainda uma construção efémera, que depois viria a ser reconstruída na forma e materiais que hoje ainda podemos ver.

Imagens de algumas das estátuas originais que ladeavam o Padrão, e que serviram de molde para as actuais, já em pedra.

O restaurante dentro do espelho de água ainda lá está e o Museu de Arte Popular também, ainda que seja hoje uma pálida imagem do que já foi.

sábado, agosto 05, 2017

NÃO BRINQUEM COM AS REFORMAS



Partidos, governo, e sindicatos parecem entretidos com jogos florais no que respeita à aposentação, ora aumentando a idade da reforma, ora dizendo que se facilita a reforma a quem tem 48 anos de descontos ou a quem apresente descontos antes dos 15 anos de idade.

Todos sabem que as carreiras contributivas começaram a diminuir, em termos de anos de descontos, já na década passada, porque aumentou a escolaridade obrigatória, e também porque a precariedade e o desemprego a isso conduziram.

Muitos parecem desconhecer a realidade, mas foram muitos a quem foi prometido que ao fim de 36 anos de descontos teriam direito à reforma por inteiro, e a outros que 40 anos de descontos também davam o mesmo direito.

Hoje temos governos, partidos e sindicatos numa discussão inútil, sobre particularidades da carreira contributiva, mas ninguém parece disposto a obrigar o governo a cumprir o que é mais básico, que é honrar os compromissos assumidos no princípio das carreiras contributivas, que se resumia ao número de anos de descontos exigido.

Uns acham que alguns lutam por eles, mas na verdade não vejo nenhum partido a defender claramente as reformas por inteiro aos 60 anos de idade (ou mais) com 40 anos de descontos.
Será que se espera que as gerações actuais vão ter carreiras contributivas de mais de 40 anos?