quinta-feira, março 30, 2017

terça-feira, março 28, 2017

ARTE

As obras de arte dividem-se em duas categorias: as de que gosto e as de que não gosto. Não conheço outro critério.

Anton Tchekhov


domingo, março 26, 2017

O (NOVO) MUSEU DOS COCHES

Depois de ter sido inaugurado a 23 de Maio de 2015, com intermináveis filas, ou não fosse gratuita a entrada, eis que o Ministério da Cultura vem agora anunciar a inauguração do projecto expositivo para o próximo dia 19 de Maio.

Esta inauguração poderá vir a responder à falta de informação de que muita gente se queixa actualmente, num museus em que a frieza do espaço impera, e onde a beleza dos coches não brilha.


Não sei qual vai ser o resultado, mas tal como eu, existem milhares de portugueses ansiosos por poder orgulhar-se dum museu moderno e funcional, apesar de todas as reservas que ainda subsistem.

Museu dos Coches 1955

Docker-Phaeton (início do século XX)

sexta-feira, março 24, 2017

TRAPALHADA COM AS REFORMAS

O governo vai levar à Concertação Social uma proposta para alterar o regime de reformas, e existiam expectativas altas por parte dos trabalhadores, visto que o ministro Vieira da Silva tinha anunciado que pretendia beneficiar os detentores de longas carreiras contributivas.

Os benefícios são ainda pouco conhecidos, mas pelo que já é público só os que têm carreiras de pelo menos 48 anos escapam às penalizações, o que arrefeceu as fundadas expectativas dos trabalhadores.

O que também é digno de nota é a afirmação que o que vai ser proposto na Concertação Social só se aplica a quem desconta para a Segurança Social, porque a Função Pública continuará a com as regras próprias, onde pelos vistos as penalizações se mantêm todas, com o factor de sustentabilidade e as majorações existentes, o que é estranho.


É absolutamente justo que quem já contribuiu durante 40 anos ou mais e atingiu uma idade de 60 anos, ou mais, já merece o justo descanso e uma velhice descansada, caso seja essa a sua opção, seja no público ou no provado, e um governo que não consiga reconhecer isso, e não aproveite a oportunidade para rejuvenescer as empresas e os serviços públicos, não está a pensar no futuro. 


quarta-feira, março 22, 2017

OS ESTEREÓTIPOS DO EUROGRUPO

Existem cada vez mais políticos europeus que não conseguem disfarçar a sua intolerância para com outros povos, julgando-se superiores. Já assistimos a isto no passado e deu no que deu, por isso não existe outra opção que não seja a de condenar gente desta laia, exigindo que sejam apeados dos cargos europeus que ocupam. 

*
Sou mesmo um pateta...

Gostava de ser considerado "o exterminador"

segunda-feira, março 20, 2017

SEGURANÇA

Pela comunicação social ficou a saber-se que Portugal tem locais identificados como os mais susceptíveis a sofrer um ataque terrorista, e que alguns deles nem sequer têm planos de segurança validados.

A segurança em locais sensíveis, como em instalações de energia, transportes e comunicações, que podem colocar em causa o funcionamento do país, está descurada, mas descurada está também a segurança de outros locais públicos o que não devia acontecer.

Será que as instalações onde estão serviços públicos, e onde existem espaços de utilização pública estão preparados para emergências, mesmo sem serem de natureza terrorista? Existem planos de emergência nesses locais e equipas preparadas para actuar se for necessário? As saídas de emergência estão devidamente assinaladas, os extintores estão devidamente inspecionados e bem posicionados, e as comunicações entre as equipas de emergência estão asseguradas?


Tremo só em pensar o que será a segurança, ou falta dela, em equipamentos culturais, edifícios antigos e onde têm que existir situações de compromisso por questões estéticas e estruturais, onde por vezes temos enchentes de visitantes, e onde os vigilantes são muito poucos e em muitos casos sem meios de comunicação... 

Torre de Belem, uma entrada e uma só saída


Museu dos Coches, 2 elevadores e umas escadas de emergência

sábado, março 18, 2017

OS DEPUTADOS E A ÉTICA

Existe um Estatuto dos Deputados, e existem suspeitas que ele poderá ter sido violado por alguns senhores deputados.

Pelo que se sabe e é público, estamos perante a actividade de advocacia em alguns casos, e o deputado Luís Montenegro já veio afirmar que está “100% seguro” de que não está em incompatibilidade.

No caso de Montenegro terá sido porque detém mais do que 10% duma sociedade de advogados, que fez alguns contratos de aquisição de serviços jurídicos com entidades públicas.

Claro que para também sabemos que no passado o parlamento tem sido o de que as sociedades de advogados não são consideradas como actividades comerciais ou industriais pelo que ficam fora deste impedimento. Curioso entendimento, porque a venda de serviços é uma actividade comercial, como se percebe pelos impostos que incidem sobre essa actividade.


Começam agora muitos portugueses a entender porque é que os advogados que são deputados, não deviam manter a sua actividade durante o mandato, e nunca devia ser permitida a intervenção das sociedades onde têm interesses, em negócios ou assuntos envolvendo o Estado. 

O julgamento dos cidadãos é muito importante, mais do que o da Comissão de Ética, que afinal se pronuncia em causa própria.


quinta-feira, março 16, 2017

AINDA AS GRATUITIDADES NOS MUSEUS

Depois de algumas críticas interessantes que os meus amigos me fizeram chegar de um modo discreto e particular, aqui ficam alguns elementos que talvez elucidem melhor os críticos e, quem sabe, os senhores deputados.

O ponto de partida para o meu artigo anterior foi a recomendação de alargamento das gratuitidades “aos fins-de-semana, feriados e quartas-feiras para as pessoas até aos 35 anos”.

Em primeiro lugar não creio que existam estudos sobre a percentagem de entradas grátis que resultariam de tal medida. Em segundo lugar é discutível que a totalidade do universo de pessoas até aos 35 anos esteja entre os mais desfavorecidos, comparativamente ao grupo de indivíduos com idade superior a 65 anos.

A pergunta que já tinha colocado sobre a estimativa de quanto significaria a perda de receitas após a entrada em vigor desta proposta, também ficou sem resposta, como eu calculava.

Outro ângulo da questão prende-se com a dificuldade de fixação de funcionários qualificados nos museus, palácios e monumentos dependentes do Ministério da Cultura. Poucos o sabem mas os candidatos admitidos nos últimos concursos internos apenas usam estes serviços durante uns meses, pedindo quase de imediato a transferência para outros ministérios, através dos mecanismos de mobilidade, ou candidatando-se por concurso a vagas noutros ministérios.

É muito difícil fixar pessoas com vencimentos na ordem dos seiscentos e picos euros, horários de trabalho que incluem fins-de-semana e feriados sem qualquer compensação extra por isso, e com folgas que não são compatíveis com as dos seus familiares directos. Claro que a desculpa para isto é a falta de verbas para o pagamento do trabalho que devia ser considerado extraordinário, ou para considerar que esses trabalhadores estão numa carreira específica e que portanto assim devia ser tratada.

Por último quando se fala em alargar as gratuitidades amais “cidadãos”, podia inferir-se que se estavam a referir a nacionais ou residentes, mas isso não é correcto, porque as gratuitidades são igualmente extensíveis a estrangeiros, talvez mesmo a cidadãos não comunitários, como acontece hoje com os descontos praticados.


A minha pergunta do último post mantém-se: de onde virá o dinheiro para a implementação destas recomendações, sem prejudicar o funcionamento dos serviços?    


terça-feira, março 14, 2017

CULTURA - REALIDADE E FANTASIA

É muito frequente ouvir-se falar na exiguidade dos dinheiros destinados à Cultura em Portugal, e muito especialmente quando se fala no Património, que como todos sabem necessita de verbas avultadas para a sua manutenção, renovação, restauro e exposições.

Sabe-se que o Estado entregou alguns dos monumentos mais geradores de receitas à gestão privada (em Sintra), e que se não fossem as receitas que ainda se vão gerando nos museus, palácios e monumentos na dependência da DGPC, as verbas provenientes do Orçamento de Estado não suportariam sequer os vencimentos e as despesas correntes da instituição.

Pois parece que os senhores deputados não tomaram nada disto em consideração e decidiram ser “muito simpáticos” com os cidadãos, avançando com gratuitidades que terão óbvias consequências a muito curto prazo, isto se a sua recomendação constante da Resolução da Assembleia da República número 38/2017, for acatada pelo governo.


Não se julgue que estou contra as gratuitidades só porque sim, mas sim porque não se fazem omeletes sem ovos, pelo que também não é possível melhorar o acesso e a oferta do Património aos cidadãos sem as necessárias verbas, e não vi em lado nenhum alguém dizer de onde virão as ditas.


domingo, março 12, 2017

HOMEM

Desde que se cumpram certas cerimónias ou se respeitem certas fórmulas, consegue-se ser ladrão e escrupulosamente honesto - tudo ao mesmo tempo. A honradez deste homem assenta sobre uma primitiva infâmia. O interesse e a religião, a ganância e o escrúpulo, a honra e o interesse, podem viver na mesma casa, separados por tabiques. Agora é a vez da honra - agora é a vez do dinheiro - agora é a vez da religião. Tudo se acomoda, outras coisas heterogéneas se acomodam ainda. Com um bocado de jeito arranja-se-lhes sempre lugar nas almas bem formadas.


Húmus

Raul Brandão

sexta-feira, março 10, 2017

IGREJA DE SANTO ANDRÉ MAFRA

Quase todos conhecemos o Palácio Nacional de Mafra e a sua monumental Basílica, onde pontuam os dois carrilhões e os seis majestosos órgãos, e podia-se pensar que de igrejas estávamos falados, numa pequena localidade como Mafra, que se desenvolveu precisamente devido a esta construção mandada executar por D. João V.

Para além dos Mafrenses poucos conhecem uma outra igreja, também classificada como monumento nacional, situada na zona da Vila Velha, que terá sido mandada construir por D. Dinis, no século XIV.


A Igreja de Santo André é um exemplar da arquitectura gótica paroquial, e sofreu diversas obras de preservação e melhoramento ao longo dos séculos, sendo que a última grande intervenção terminou em 1930.

Nota: As foto foram retiradas da net 

Igreja de Santo André (Mafra)

Imagem anterior à última grande intervenção

sábado, março 04, 2017

O INFANTE D. HENRIQUE E A SUA AURA

Existem muitos mitos na nossa História, e a vida e obra do Infante D. Henrique é apenas um deles.

É pouco clara a responsabilidade do Infante no cativeiro e morte do seu irmão D. Fernando, no mercado de escravos negros, e a sua influência na política portuguesa até à Batalha de Alfarrobeira.

O herói da nossa História, descrito pelos nossos cronistas, como Azurara, e depois glorificado durante o Estado Novo, talvez não seja tudo o que nos contaram, mas talvez tenha tido os seus defeitos, não sendo tão perfeito como o pintaram.

A História vai sendo alterada à medida que novos factos são conhecidos, e isso tem o seu encanto... 
*
Comemorações Henriquinas 1960

quinta-feira, março 02, 2017

DIREITOS DOS CIDADÃOS

Há coisas que não consigo entender neste rectângulo à beira mar plantado, e prendem-se sobretudo com coisas que eu acho que deviam ser do conhecimento público, porque afinal acabam por interferir, e muito, com a nossa carteira, pois são os cidadãos deste país a pagar a factura.

O que se passou com a nossa banca, onde os accionistas ganharam somas muito altas durante muitos anos, gestores receberam principescamente, e a certa altura deram o estoiro, e nós (o Estado somos nós) ficámos com o menino nas mãos. Quem foi responsabilizado pelo verdadeiro saque dessas instituições, e quem foi condenado?

Agora com a Caixa Geral de Depósitos também se constatou que existe muito crédito que já voou, mas não podemos conhecer quem foram os beneficiários desses créditos manhosos, e existam apenas suspeitas de que afinal são os mesmos fulanos e instituições que também ficaram com calotes nos outros bancos falidos. Quem autorizou tal sangria, que garantias exigiu, para se saber quem esteve envolvido nestes maus negócios.


Já que são os cidadãos contribuintes que vão pagar toda esta festança, também me pergunto porque é que estrangeiros com posses ficam isentos de alguns impostos, e eu português e contribuinte, sou obrigado a pagar cada vez mais impostos? Terei que adoptar outra nacionalidade?