quinta-feira, março 31, 2016

LOUCURA

Nos indivíduos, a loucura é algo raro - mas nos grupos, nos partidos, nos povos, nas épocas, é regra.


Friedrich Nietzsche


terça-feira, março 29, 2016

AINDA POR BELÉM

Numa das últimas publicações coloquei umas fotos antigas do Mosteiro dos Jerónimos, em que se podia constatar que ele estava em ruínas, condição em que esteve até à conclusão dos trabalhos de remodelação e recuperação do edifício, decidida em 1860.

As obras acabaram por alterar um pouco o aspecto do mosteiro, quer com a demolição do tanque do claustro, da cozinha e da sala dos reis, até ao acrescento dos torreões a nascente do dormitório e a cobertura da torre sineira, que deixou de ser piramidal, por uma cúpula em forma de mitra. Registe-se um grande acidente que foi a derrocada do corpo central do dormitório.


Outra das imagens que também já aqui coloquei nos últimos dias, foi do Padrão dos Descobrimentos, idealizado para a Grande Exposição do Mundo Português, em 1940, da autoria de Cottinelli Telmo com a colaboração do escultor Leopoldo de Almeida, na altura construído em materiais leves e perecíveis sobre uma estrutura de ferro e cimento. Em 1960 foi reconstruído, então de forma duradoura, de betão e cantaria de pedra, sendo as esculturas de calcário. 


domingo, março 27, 2016

PASSEIO POR BELÉM

O meu passeio por Belém foi registado pelo telemóvel porque a intenção era visitar monumentos e museus. 

 
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sexta-feira, março 25, 2016

CONTRASTES EM BELÉM

Depois de muito se ouvir falar no plano para o Eixo Belém/Ajuda, que para João Soares era um “perfeito disparate”, e que resultou em demissões, indemnizações e novas nomeações, ficámos todos sem saber quais os capítulos seguintes desta novela, porque nenhum dos protagonistas, ministério da Cultura, Centro Cultural de Belém, Direcção Geral do Património Cultural ou Câmara Municipal de Lisboa, parece com vontade, ou coragem, para dizer qual o futuro para esta zona nobre da cidade.

Esta quinta-feira estive na zona e pude constatar os contrastes que preocupam muita gente, e que são um constrangimento para o crescimento do turismo na zona, o aumento da actividade económica e a melhor fruição dos monumentos, jardins, museus e paisagens da zona.

O Mosteiro dos Jerónimos estava à cunha e as filas para os bilhetes eram enormes, e na Torre de Belém o panorama não era muito diferente. A zona compreendida entre os pastéis de Belém, o Centro Cultural de Belém e o rio Tejo estavam cheios de gente, bem como os restaurantes e cafés da zona,

O contraste começava a partir do Palácio de Belém e da Praça Afonso de Albuquerque, onde se viam muitos carros, mas muitíssimo menos pessoas. O Picadeiro Real (antigo Museu dos Coches) estava às moscas, o novo Museu dos Coches estava como é habitual, com poucas pessoas, e apenas os restaurantes estavam bem compostos à hora do almoço, que foi quando lá passei. Depois passei pelo Palácio da Ajuda e era um local desértico, onde existem obras numa das fachadas.

Grandes concentrações de turistas em dois locais, ausência dos mesmos em locais com características ideais para receber muito mais gente, a menos de 1 quilómetro de distância, isso sim é um disparate! Porque é que isso acontece, perguntam-me vocês? É simples, é tudo uma questão de promoção de todos os pontos de interesse cultural e turístico, dentro e fora de fronteiras, acção intensa junto dos editores de livros e guias turísticos, promoção mais agressiva junto de agentes de viagens cá dentro e lá fora, melhor sinalização nas imediações da zona, e diversificação da oferta expositiva e dos serviços à disposição dos visitantes, com lojas e cafetarias de qualidade.


Qual o plano ideal para a zona? Que o diga o senhor ministro, já que foi tão lesto em deitar abaixo o único que estava sobre a mesa, ou então continuaremos a ter este panorama pouco ideal para uma cidade que pretende ter mais procura e maior oferta, para maximizar o fenómeno do turismo, numa altura em temos tudo para ser bem sucedidos, menos ideias consequentes.


A escolha de fotos do Mosteiro dos Jerónimos, como estava em finais do século XIX não tem nada que ver com o texto, mas não deixa de ser interessante.

quarta-feira, março 23, 2016

A OBEDIÊNCIA DO BANCO DE PORTUGAL

Eu sempre pensei, e creio que não sou o único, que o Banco de Portugal, apesar de toda a sua independência relativamente ao poder económico e político, aliás previsto na lei, estava ao serviço do país, e respondia unicamente aos portugueses.

Num mundo com os valores bastante diversos e nem sempre muito claros, e numa Europa onde os grandes mandam nos pequenos sem qualquer pudor, as nossas convicções, e mesmo as certezas podem não corresponder à realidade.

Fiquei atónito quando li que o Banco de Portugal foi questionado pela Comissão Parlamentar de Inquérito no âmbito da sua actuação regulatória no caso do Banif, para a obtenção de diversa documentação trocada pelo BdP e organismos europeus relativos a todo o processo, e que este pediu autorização a essas entidades para partilhar essa informação à CPI.


Temos então um BdP que pede autorização a entidades estrangeiras para divulgar a uma comissão parlamentar, composta por eleitos, documentos sobre a sua acção na resolução do problema dum banco nacional que já custou dinheiro aos contribuintes, e que ainda irá custar muito mais. Acho que há aqui alguma confusão entre independência e o desejo de não assumir as responsabilidades dos seus actos, e ao escrutínio dos mesmos pelos portugueses. A independência aumenta, isso sim, a responsabilidade. 

segunda-feira, março 21, 2016

ALGUM PATRONATO NACIONAL

Sei que é perigoso e injusto generalizar as coisas, e por hábito não gosto de o fazer, mas perante alguns factos sou tentado a reformular esse princípio.

Li num jornal online que a “justiça irlandesa condena três empresas portuguesas”. Por acaso tenho um amigo irlandês que está de férias em Portugal, que me confirmou que os direitos dos trabalhadores são respeitados pela generalidade das empresas desse país, e que as transgressões reportadas são exemplarmente punidas.

As irregularidades que foram punidas foram muito simples, e vão desde a falsificação de documentos e exploração dos trabalhadores, também eles portugueses, até ao abuso notório ao fazerem descontos à conta da sua acomodação, em condições “deploráveis e mesmo perigosas”, sem água potável, e até mesmo uma quantia por serviços de lavandaria.

As empresas eram infelizmente portuguesas, e os prejudicados eram também portugueses, porque essas empresas não se atreveriam sequer a dar igual tratamento aos irlandeses, porque sabiam que os irlandeses teriam feito de imediato queixa aos sindicatos, e aí as coisas azedariam de imediato. Terão confiado que os portugueses engoliriam tudo e só manifestassem o seu desagrado depois do regresso a Portugal, mas enganaram-se.


Não tenho vergonha de ser português, até porque admirei a coragem dos meus compatriotas que apresentaram queixa dos patrões que deles abusaram, exploraram e rebaixaram, de patrões que não têm vergonha na cara.


sábado, março 19, 2016

DEMAGOGIA COM A ADSE

O sistema de saúde dos funcionários públicos tem servido como arma de arremesso para dividir os trabalhadores do Estado e os do sector privado. Os partidos da direita usaram sempre a ADSE para acirrar os ânimos contra os funcionários públicos.

Há que separar aqui as águas, e perceber que a direita sempre foi favorável aos seguros de saúde, à privatização dos hospitais, e ao enfraquecimento da Segurança Social, reservando-a apenas para os pobres, que seriam todos os que não pudessem pagar às seguradoras, seja através de seguros de saúde que por seguros de reforma.

Nos últimos anos o Estado deixou de comparticipar a ADSE, e os funcionários passaram a pagar 3,5% dos seus salários, o que assegurou não só as despesas como gerou excedentes que aguçaram a cobiça do próprio ministério da Saúde.

Um sistema que funciona bem, contribui para aliviar o Serviço Nacional de Saúde, financia o sector privado e ainda dá lucro, parece ser o melhor de dois mundos, até porque em muitos casos é mais barato que a maioria dos seguros de saúde, e tem mais coberturas do que esses seguros.

Quando se falou agora em alargar a ADSE a todos, parece que se esqueceram de perguntar primeiro quem estava disposto a descontar 3,5% do seu vencimento para ter melhores serviços de saúde. Esqueceram-se também de que a Segurança Social podia ter o equivalente à ADSE para quem estivesse disposto a pagar para ter melhores serviços, mantendo a cobertura do Serviço Nacional de Saúde e melhorando-a com este aumento das receitas.


Claro que as companhias de seguros não ficariam satisfeitas, e a saúde privada também não, porque isso seria benéfico para a saúde pública, dando-lhe recursos mais substanciais, o que permitiria ultrapassar carências, por isso esta agitação toda nada mais será do que uma manobra sem consequências de maior. 

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quinta-feira, março 17, 2016

QUE FUTURO PARA BELÉM?

Já todos percebemos que o que esteve em causa na recusa do plano do eixo cultural Belém/Ajuda foi o do protagonismo de António Lamas e da centralização do poder na sua pessoa. O plano em si mesmo era bom, mas todos queriam ter a sua dose de protagonismo, o que nunca deu certo em Sintra, nem pode dar certo aqui em Lisboa.

O que se teme é que tudo fique exactamente na mesma, porque “os párocos das diversas capelinhas” nunca se hão-de entender num projecto de gestão integrada.

O ministério da Cultura e a DGPC têm grandes problemas, começando pela falta de dinheiro e duma estrutura pesadíssima, em que as decisões chegam sempre tarde, quando chegam, e dependem sempre da política do governo e do todo-poderoso ministério das Finanças. As verbas recolhidas na zona de Belém são indispensáveis ao funcionamento da DGPC e dos museus e monumentos que estão sob a sua alçada, e este ano tem também em mãos o caso do falido Museu do Côa, que passou por uma experiência como fundação, que correu obviamente muito mal.

A Câmara de Lisboa tem outra estrutura pesada e muitos outros museus e equipamentos culturais, dependentes da EGEAC, que também não primam pela eficácia na captação de públicos e de receitas.

O novo responsável pelo CCB, Elísio Summavielle, também manifestou vontade de se manter afastado da responsabilidade resultante dum envolvimento nesta matéria, centrando-se no que está directamente a seu cargo.  


João Soares promete novidades nesta matéria num futuro próximo, mas dificilmente conseguirá “tirar coelhos da cartola”.

Belém 1940

terça-feira, março 15, 2016

R.I.P.

Ontem partiu o Nicolau Breyner, há uns anos partiu a Ivone Silva, e Portugal perdeu dois grandes entertainers, que deixam saudades aos mais velhos, mas que deviam ser recordados pelos mais novos, porque neste campo, ou são bons ou são maus, não existe o meio termo.


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domingo, março 13, 2016

MARCELO NO PALÁCIO DE BELÉM

Marcelo chega a Belém e resolve "dar uma borla" a todos os que quiseram visitar Belém no 1º sábado após a posse. Os portugueses responderam em massa (somos um povo curioso), e o espaço mostrou-se pequeno para toda a gente. As filas começaram pela manhã e perduraram pelo dia todo.

Visitas guiadas eram impossíveis, e não foram prometidas, mas Marcelo estava lá, e também havia música para quem conseguiu entrar.

Será que algum dos visitantes de hoje pensou por um momento que foi ali que os Távoras estiveram cativos antes de serem executados ali bem perto?

Que importam as filas, os Távoras, os reis que por ali passaram? Nada! Fazia um bonito dia de sol, e os que não entraram puderam visitar outros museus da zona, almoçar nas redondezas, ou passear com a família em Belém, ali bem à beira-mar.

sexta-feira, março 11, 2016

FALEMOS DE DIGNIDADE

Portugal é um país que atravessa graves dificuldades económicas, e dizem-nos que foi por esse motivo que os impostos aumentaram, os salários e pensões ficaram congelados, sofremos cortes nos rendimentos, e passámos a pagar mais pelos serviços que o Estado fornece,

Os sacrifícios pedidos são muitos, as dificuldades também, mas por vezes conhecemos umas coisas que parecem contrariar este discurso. Cavaco Silva é um exemplo das dúvidas que assaltam muitos portugueses no que respeita à equidade dos esforços para resolver a crise.

Num República e num regime democrático como se diz que somos, a dignidade dum antigo político custa muito mais do que a de dezenas de cidadãos comuns, e não me consta que Cavaco Silva com as suas reformas tivesse necessidade duma subvenção vitalícia (5.799 euros) para viver com dignidade. Patamares de dignidade não me parece que seja um tema que se possa discutir neste país onde o salário mínimo é 530 euros.



quinta-feira, março 10, 2016

O PODER E A BARAFUNDA CULTURAL



O caso da demissão do antigo presidente do CCB continua na ordem do dia, porque o autarca de Lisboa resolveu vir clarificar a sua posição, numa intervenção televisiva.


Resumindo o que já se conhecia e o que agora foi dito por Fernando Medina, temos que o plano até nem merece grande discordância nas medidas em si mesmas, e o que de facto estava em causa era o poder dado ao então presidente do CCB, que para alguns "não fazia sentido".




Uma coisa importante o autarca de Lisboa não explicou no seu comentário, e prende-se precisamente com o Plano Estratégico de Turismo da Região de Lisboa, que terá mais de 10 anos, e que previa algo similar, que afinal nunca foi para a frente, penso eu que por falta de cooperação estratégica dos parceiros, que nunca concretizaram nada em 10 anos, e que Medina e Summavielle não se atrevem a comandar, pelo que se percebe.


Quem conhece o funcionamento do Estado sabe bem que a cooperação entre diversos ministérios, autarquias e outras entidades é uma miragem, mas quem criou esta situação que poderia ter um desfecho similar ao de Sintra, tem agora a obrigação de mostrar que pode fazer melhor e de outra maneira, por isso cheguem-se à frente e deixem-se de retórica.



terça-feira, março 08, 2016

CITAÇÃO - HUMOR ESTATÍSTICO



“Na Europa, cada manifestação “do orgulho gay” contou, em média, com 100.000 pessoas. Cada manifestação Contra a Corrupção teve, em média, cerca de 2.500 pessoas. Estatisticamente, fica provado que há mais gente a lutar pelo direito de levar no rabo, do que lutar para não ser enrabado.”

Miguel Esteves Cardoso



domingo, março 06, 2016

A GESTÃO E A CULTURA

A propósito da mudança na presidência do Centro Cultural de Belém, que se tem discutido nos últimos dias, ouvi e li muitos disparates resultantes da falta de memória que caracteriza as sociedades modernas.

O projecto do Eixo Belém /Ajuda, agora abandonado (?) por João Soares, visava sobretudo a valorização do Património e outros atractivos desta zona alargada, criando sinergias que deviam ser geridas em conjunto, ganhando-se assim uma escala maior e uma economia de meios que podia maximizar as receitas, redistribuir públicos, harmonizar e diversificar a oferta.

O modelo ficaria próximo do que acontece em Sintra com a empresa Parques de Sintra – Monte da Lua, que hoje é um sucesso sendo auto-suficiente, ganha prémios internacionais e apresenta o Património construído e natural em muito melhores condições do que se encontrava anteriormente com gestões públicas. 

Talvez muitos estejam esquecidos do que se passava em Sintra antes da existência da PS-ML, em que existiam diversas entidades públicas responsáveis por esse mesmo Património, desde o ministério da Agricultura, à câmara e à Cultura, que nunca se conseguiram entender para fazer uma oferta integrada, e os jardins estavam ao abandono, a serra igualmente, e os monumentos eram uma pálida ideia do que se vai vendo hoje. Como se percebe estava tudo como hoje se pode ver na zona de Belém e Ajuda, com o Mosteiro e a Torre cheios, e os museus dos Coches, de Etnologia e de Arte Popular, por exemplo, às moscas, para não falar do Palácio da Ajuda que sem as escolas seria um quase deserto.


Já vimos outras “soluções criativas” como é o caso do Côa, e sabemos qual o resultado, mas o que não conhecemos é a alternativa do ministro da Cultura, e para ser sincero, acho que não tem nenhuma em mente, por tudo que se ouviu até hoje.


sexta-feira, março 04, 2016

MÚSICA EM PORTUGUÊS

Não estamos habituados a ouvir estes senhores a cantar em português, mesmo que com sotaque brasileiro.

Os Iron Maiden

 
Metallica