quarta-feira, dezembro 14, 2016

PALÁCIO DE MAFRA E A HIGIENE

Depois de algumas visitas a esta obra majestosa e imponente, uma falta saltou-me à vista e deixou-me bastante admirado, porque embora este palácio não tivesse sido muito utilizado pela família real, recebeu-os por diversas ocasiões em visitas curtas, mas devidamente documentadas.

A lacuna é a de casas de banho dignas desse nome nos aposentos reais, com água corrente e sanitas fixas, que nos séculos XIX e XX eram comuns noutras residências reais temporárias, como se pode ver nos palácios de Sintra.

Sabemos que no século XVII era generalizada a rejeição da água, tida como veículo contaminador do corpo, portador de doenças e de várias moléstias e pestes, mas à toillete seca, ligada ao enxugar e ao perfume, com a importância da roupa interior, segue-se nos anos 1740-1750, a água quente e depois fria que faz o regresso aos hábitos de higiene, ainda que com distinções sociais, mas mais saudável.

Note-se que o Palácio de Mafra não tem, aparentemente abastecimento de águas no andar nobre, mas em contrapartida existe um rede de esgotos que desemboca em galerias onde circulava água vinda da zona do Jardim do Cerco, que depois iriam desembocar em zonas mais baixas, pretensamente na rectaguarda da Caixa Geral de Depósitos de Mafra, fronteira ao edifício.  

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