domingo, junho 26, 2016

MUSEUS E UMA NOVA GESTÃO



Quando se anuncia um novo tipo de gestão para o Museu Nacional de Arte Antiga, “com maior autonomia administrativa e financeira”, que poderá mais tarde ser estendida a outros museus, importa ter em consideração as experiências feitas nesta matéria.


Conhece-se bem a experiência francesa, que não deixando de ser uma gestão pública, aproveita bem as sinergias dos diferentes equipamentos, gere eficientemente todas as áreas, deixando aos serviços o planeamento museológico e a organização interna, planos que são apresentados com antecedência para aprovação duma comissão. A vitalidade dos museus e monumentos bem como as suas actividades e o seu sucesso económico e expositivo, falam por si.


Em Portugal conhece-se a experiência da Parques de Sintra, que tem tido bastante sucesso e tem servido para melhorar o estado dos equipamentos a seu cargo, que anteriormente estavam bastante degradados. É uma empresa pública com gestão privada, o que lhe dá uma agilidade muito superior à que a gestão pública pode conseguir com os seus entraves burocráticos.


Também se sabe o que aconteceu com a Fundação Côa Parque, que falhou rotundamente por falta de capital, por falta de articulação entre as entidades envolvidas, e por falta de agilidade na resolução dos problemas.


Não acredito na gestão autónoma de um só museu, dependente de verbas públicas e com o espartilho das regras da contabilidade pública. Poderá ser possível num Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém, que por si só geram verbas que cobrem as despesas em todas as épocas do ano, mas os outros equipamentos precisam de âncoras que permitam o investimento para melhorar as suas prestações.


Quanto à zona de Belém-Ajuda os maiores problemas não se prendem com a venda de bilhetes, acessos e transportes, mas sim com a existência de mapas da zona com os equipamentos, transportes e bons equipamentos hoteleiros, bem assinalados e com sinalética apropriada na zona, que a existente é velha e péssima. Seria fácil questionar os turistas nessa zona para identificar estas falhas. Quanto aos museus em si mesmos, há que dar-lhes vida pois quase não passam de mausoléus.   


MNAA by Palaciano

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