domingo, março 06, 2016

A GESTÃO E A CULTURA

A propósito da mudança na presidência do Centro Cultural de Belém, que se tem discutido nos últimos dias, ouvi e li muitos disparates resultantes da falta de memória que caracteriza as sociedades modernas.

O projecto do Eixo Belém /Ajuda, agora abandonado (?) por João Soares, visava sobretudo a valorização do Património e outros atractivos desta zona alargada, criando sinergias que deviam ser geridas em conjunto, ganhando-se assim uma escala maior e uma economia de meios que podia maximizar as receitas, redistribuir públicos, harmonizar e diversificar a oferta.

O modelo ficaria próximo do que acontece em Sintra com a empresa Parques de Sintra – Monte da Lua, que hoje é um sucesso sendo auto-suficiente, ganha prémios internacionais e apresenta o Património construído e natural em muito melhores condições do que se encontrava anteriormente com gestões públicas. 

Talvez muitos estejam esquecidos do que se passava em Sintra antes da existência da PS-ML, em que existiam diversas entidades públicas responsáveis por esse mesmo Património, desde o ministério da Agricultura, à câmara e à Cultura, que nunca se conseguiram entender para fazer uma oferta integrada, e os jardins estavam ao abandono, a serra igualmente, e os monumentos eram uma pálida ideia do que se vai vendo hoje. Como se percebe estava tudo como hoje se pode ver na zona de Belém e Ajuda, com o Mosteiro e a Torre cheios, e os museus dos Coches, de Etnologia e de Arte Popular, por exemplo, às moscas, para não falar do Palácio da Ajuda que sem as escolas seria um quase deserto.


Já vimos outras “soluções criativas” como é o caso do Côa, e sabemos qual o resultado, mas o que não conhecemos é a alternativa do ministro da Cultura, e para ser sincero, acho que não tem nenhuma em mente, por tudo que se ouviu até hoje.


6 comentários:

Pata Negra disse...

O estado de graça não vale para tudo. Cheira-me que esse filho de quem é, ao puxar tantas vezes pela sua honorabilidade, não vai ter frutos na cultura.

Um abraço com ajuda

Anónimo disse...

Um borrego será sempre um borrego, seja qual for o pedigree dos antepassados...
Bjo da Sílvia

Elvira Carvalho disse...

Passei. Como não tenho conhecimentos para um comentário válido, deixo um abraço e votos de resto de bom domingo.

Anónimo disse...

Museus às moscas, monumentos em mau estado e tudo a precisar de atenção, esse é o panorama dos museus e monumentos a cargo do Estado, basta ir a Belém e ver o que (não) é o museu de arte popular, ou o mastondonte dos coches que só enche quando existem borlas. Há guito para manter tudo isto com a gestão que existe? O que vai mudar?
Luís

O Puma disse...

Com um pai assim
o filho parece que não degenerou

O Puma disse...

Com um pai assim
o filho parece que não degenerou