segunda-feira, fevereiro 29, 2016

VELHOS PARA TRABALHAR

A sustentabilidade da Segurança Social tem sido a razão para se aumentar a idade da reforma em diversos países da Europa, ainda que existam diversos limites de idade recomendados para os diferentes países, dependendo sobretudo da solidez das finanças públicas.

Quem já quis ou teve que procurar um emprego com mais de 50 anos, sabe bem o que é dito ou sugerido pelos recrutadores: a idade já não se coaduna às necessidades da empresa e do posto de trabalho.

As fraquezas económicas dos países estabelecem a idade da reforma, mas isso não é coincidente com as necessidades e as exigências do mercado do trabalho.


A notícia recente de que a cadeia El Corte Inglés quer rescindir com pessoas acima dos 57 anos, não é muito comum, apesar de ninguém querer admitir pessoas com mais de 50 anos nos seus quadros, mas ilustra bem as diferenças entre o discurso e a realidade nesta matéria.  


sábado, fevereiro 27, 2016

CULTURA DA POLÉMICA

João Soares não foi a primeira escolha para o lugar de ministro da Cultura porque existia quem tivesse melhor currículo e quem tivesse obra feita na área em questão. Conhece-se bem a primeira escolha de António Costa, que só não aconteceu por uma grande infelicidade.

A nomeação deste ministro foi inesperada, já que o seu nome nunca foi sequer considerado por ninguém para esta pasta, e isso ficou bem claro para todos.

A recente acrimónia que tem sido patente entre o ministro e o presidente do CCB é um retrato perfeito do que não deve ser um ministro. Não sou um fã do professor Lamas, mas entre a obra de um e o vazio do outro, creio que a escolha é evidente.

Numa altura em que se fala da contratação do filho de João Soares para a CML, o argumento de não envolvimento da câmara na solução do eixo Belém/Ajuda, soa muito mal, até porque António Costa sabe que não foi bem assim, bem como alguns outros representantes do município.

Concordar ou não com uma ideia é perfeitamente legítimo, mas existem comentários que ficam mal, ou que eram desnecessários, por parte de quem tem o poder de demitir e nomear.


Fica ainda por esclarecer qual a ideia do senhor ministro para esta zona nobre do turismo patrimonial português. Ficamos todos à espera duma solução que não seja “um disparate total”.

Leituras sugeridas AQUI e AQUI

O Jardim das delícias - Hieronymus Bosch  (Museu do Prado)

terça-feira, fevereiro 23, 2016

EUROXIT - A PORTA DE SAÍDA

A União Europeia tornou-se numa arena onde coexistem parceiros de primeira, de segunda e de terceira, para simplificar a compreensão dos mais mal informados.

A Alemanha ocupa sozinha a primeira posição, e existem alguns outros países que pensam estar no mesmo patamar, como por exemplo a França, que ainda não percebeu o seu papel secundário nas decisões importantes.

Na segunda posição, devido sobretudo à sua importância enquanto parceiro privilegiado dos EUA, especialmente em questões de defesa, está o Reino Unido que tem vindo a usar todos os truques possíveis para ter o melhor de dois mundos, estar na União, e ter autonomia económica, moeda própria, e noutras matérias estar isento de obediência às regras de Bruxelas.

Na terceira divisão do clube europeu estão os países que vivem dificuldades económicas, estão na moeda única e não têm capacidade política e independência económica para contrariar as directivas de Bruxelas, ditadas pela Alemanha.


Neste momento em que a Europa está em processo de desagregação, existem duas portas de saída da união falhada, porque não solidária, e são o simples pontapé dos excluídos por serem os elos mais fracos, ou os que escolhem por referendo excluir-se por discordar do rumo deste clube dos ricos e egoístas. 


domingo, fevereiro 21, 2016

ESCÂNDALO

Originou grande escândalo e muitas manchetes o caso do casal de funcionários da União Europeia, apanhados a ter relações sexuais numa casa de banho, enquanto os líderes europeus negociavam as cedências ao Reino Unido, com vista a satisfazer umas quantas excepções exigidas por Cameron.

Provavelmente os dois funcionários estavam na sua pausa e decidiram aproveitá-la da melhor maneira, e cada um saberá das suas necessidades, e só fica em causa o lugar em que estas foram sequer satisfeitas.

Não serei propriamente um libertino, nem sou dado ao espectáculo da exposição da vida íntima, mas também não me considero um falso pudico, pelo que considero que há coisas muito mais indecentes do que este incidente.

No mesmo edifício onde isto aconteceu estavam a ser negociadas algumas excepções exigidas pelo senhor Cameron, para num futuro referendo defender a permanência do Reino Unido na União Europeia.

A chantagem pura do senhor Cameron e do seu governo é indecente, como a aceitação dos líderes europeus a discutir semelhante assunto. Se bem se recordam, muitos do que lá se sentaram impediram nos seus países a realização dum referendo sobre a entrada na União, sobre a aceitação do euro e sobre tratados europeus que alteraram a correlação de forças em assuntos da maior importância.

Esta mesma Europa e estes mesmos líderes exigiram a estrita obediência ao que está regulado por parte dos países do sul da Europa quando estes atravessaram dificuldades, e não admitiram renegociar o que quer que fosse.


A Europa dos ricos mostrou, sem qualquer máscara, que a sua vontade prevalecerá em qualquer circunstância, e que aos países pequenos só resta obedecer sem levantar ondas, porque são perfeitamente dispensáveis. Isto não é escandaloso?  


sexta-feira, fevereiro 19, 2016

FLEXIBILIDADE E SAÍDAS

A União Europeia tem mostrado extrema inflexibilidade com países como a Grécia ou Portugal, sempre que estes tentaram usar um pouco da sua soberania, cumprindo as promessas feitas ao seu eleitorado.

O Reino Unido tem desde sempre matérias em que usou do “direito” de “opting out”, mantendo a liberdade de não seguir a política comum ditada por Bruxelas, e agora está a fazer um novo braço de ferro com a União, querendo condições especiais em matérias sensíveis, arrogando-se o direito de não proceder de acordo com aquilo a que estão obrigados os restantes membros da mesma União.

A ameaça do referendo parece bastar para se ver Bruxelas num corrupio para satisfazer o Reino Unido, como se neste “clube” existissem países de primeira e países de segunda.


Gosto de os ver falar de coesão, e em solidariedade, mas confesso que já não acreditava nisso, e agora ainda acredito menos. O que diriam os nossos “amigos” se em Portugal se quisesse fazer um referendo? 


quinta-feira, fevereiro 18, 2016

segunda-feira, fevereiro 15, 2016

CICLISTAS

Nada tenho contra quem gosta de andar de bicicleta, por desporto, como forma de locomoção mais barata e ecológica ou até como forma de lazer. Sou favorável à criação de ciclovias e até sou apologista de incentivos à utilização de bicicletas como meio complementar de locomoção em cidades onde se criem condições para tal.

O grande problema com que me deparo é com a má utilização por parte de alguns ciclistas, e com a aparente ausência de regulamentação da sua utilização.

Trabalho aos fins-de-semana e, principalmente nesses dias, passo imenso tempo atrás de ciclistas em vias estreitas dos arredores de Sintra, porque uns senhores decidem que devem andar a par, em andamento lento, só porque o código de estradas assim o permite, sem nenhuma consideração por quem também circula nessas vias, e necessita de se despachar, respeitando também os limites estabelecidos.

Outra situação bem mais importante é a falta de espelhos, de reflectores, de capacete protector, de luzes e de conhecimentos de muitos ciclistas, de como se deve sinalizar as mudanças de direcção, que os torna ainda mais vulneráveis e propiciadores de situações perigosas, para si e para os outros utentes das estradas.


Não sei se são poucos ou muitos os condutores de bicicletas que circulam deste modo e nestas condições, mas devo dizer que entre Colares e Sintra me cruzo com dezenas deles, e já reparei que escolhem sempre as artérias mais movimentadas, mesmo quando vão acompanhados por crianças.


sábado, fevereiro 13, 2016

ACTUALIDADE

Os nossos "amigos" europeus continuam a fazer os possíveis para prejudicar a economia nacional, lançando suspeições sobre o orçamento e sobre as políticas do governo português, e infelizmente cá dentro também temos quem com eles faça coro.

Comecei com um assunto enfadonho, mas com a proximidade do Dia dos Namorados não podia terminar sem vos recordar essa data, não por causa do factor comercial, mas sim pelo factor sentimental, porque isso é bem mais importante.

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sábado, fevereiro 06, 2016

A CULTURA VISTA NO OE 2016

Parece que esta é a visão da Cultura nacional resultante da proposta para o OE de 2016, e diga-se desde já que não me parece muito famosa.









Não creio que o senhor ministro se sinta muito só na sua tarefa, pelo menos a julgar pelas nomeações que já fez para a sua equipa, e que eu coloquei abaixo destas linhas.




quinta-feira, fevereiro 04, 2016

FAVORES

A solução para o desfavorecido não é pedir favores. É lutar mais do que os outros. E lutar sobretudo por um mundo onde não seja preciso mais favores.
Mia Couto

terça-feira, fevereiro 02, 2016

O DESCRÉDITO DA POLÍTICA



Após cada acto eleitoral ouvimos falar da abstenção, atribuem-se responsabilidades ao tempo, ao cansaço e sei lá mais ao quê, mas sabemos todos que o alheamento dos eleitores tem mais que ver com a qualidade dos políticos e das políticas que implementam do que tudo o resto.

Os exemplos do que corre mal por causa das más decisões políticas são mais do que muitos e não é difícil encontrar alguns a cada dia na nossa imprensa.

Hoje fala-se nos aumentos brutais nos salários de gestores da coisa pública, e logo aparece quem se desculpe com a imposição da troika, outros manifestam desconhecimento, e parece que tudo vai ficar assim mesmo.

Outra notícia diz que um milhão de portugueses trabalham mais de 40 horas semanais, e que a OIT afirma que, Portugal aparece no grupo de países europeus em que as mudanças nos acordos coletivos nas últimas décadas provocaram não apenas o prolongamento dos turnos, do trabalho à noite e do trabalho temporário, mas também o fenómeno das horas de trabalho “irregulares”, mas PSD, CDS e PS lavam as mãos de tudo isto, parecendo que as culpas são dos marcianos.

A Europa todo-poderosa permitiu que Passos Coelho aumentasse o défice público, desde que os cidadãos em geral vissem os rendimentos do trabalho muito diminuídos, e agora não permite o alívio da austeridade, alegando que isso será inviável devido aos compromissos europeus. Os compromissos europeus são encarados diferentemente quando se trate de Portugal ou da França e da Dinamarca, ou quando existem governos com o apoio da esquerda ou claramente de direita.

Portugal está refém de maus políticos, de partidos que partilham o poder e abafam qualquer intervenção política não enquadrada pelos partidos já existentes. Estamos também reféns do poder de Bruxelas, para quem os cidadãos nacionais e a sua vontade pouco contam. Somos também reféns do poder económico, a que tudo se subordina, ainda que sempre escudados na pessoa dos políticos que colocam interesses pessoais acima dos interesses dos cidadãos e do próprio país.


Sol by Palaciano