domingo, janeiro 03, 2016

OS INCÓMODOS E A HISTÓRIA

Confesso que fico estupefacto quando vejo pessoas incomodadas com o que fez um personagem histórico centenas de anos atrás, só porque hoje tais procedimentos são censuráveis à luz do pensamento actual, sem terem em devida conta o pensamento dominante da época.

O que digo aplica-se tanto a Cecil Rhodes, como a Mouzinho de Albuquerque, Afonso de Albuquerque ou D. João III, para citar apenas alguns.

Cecil Rhodes viveu numa época em que a Inglaterra queria criar um verdadeiro império, e foi com a sua ambição aliada à do país natal que teve o tal comportamento aceite e glorificado à época, mas hoje rejeitado e criticado. Do Mouzinho, pela mesma época, podia dizer exactamente o mesmo, como é evidente.

Recuando bastante no tempo temos a Inquisição, na altura a Santa Inquisição se bem se lembram, e lá temos o D. João III que continua naturalmente a ser considerado Rei de Portugal, que colaborou, permitindo entre outras coisas a expulsão dos judeus que ainda não tinham abandonado o país, e outros actos que o tribunal da Inquisição perpetrou naquela época, e que eram aceites em boa parte da Europa.


Com a História aprende-se, tal como com os erros, mas não se apaga a História só porque ela nos incomoda, nem se consegue apagar o que já foi feito. É insensato julgar os nossos antepassados à luz do que hoje são os nossos padrões morais e legais. 


1 comentário:

Anónimo disse...

Os padrões de verdade e de moral variam consoante os tempos e só podemos julgar o que se passa nos nossos dias segundo os nossos parâmetros. e mesmo assim arriscamo-nos a ignorar características particulares de outras civilizações e tradições, mesmo num mundo globalizado como o nosso.
Bjo da Sílvia