segunda-feira, dezembro 22, 2014

POEMA



A pálida luz da manhã de Inverno,

A pálida luz da manhã de Inverno,
        O cais e a razão
Não dão mais esperança, nem uma esperança sequer,
        Ao meu coração.
        O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.

No rumor do cais, no bulício do rio
        Na rua a acordar
Não há mais sossego, nem um vazio sequer,
        Para o meu esperar.
        O que tem que não ser
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.

Fernando Pessoa



1 comentário:

Elvira Carvalho disse...

Sempre um privilégio ler Pessoa.
Aproveito para lhe desejar um Santo e Feliz Natal.