terça-feira, setembro 30, 2014

O PORTUGAL MISERÁVEL



Depois do país de sucesso de Cavaco Silva e do país bom aluno de Passos Coelho, temos o Portugal da cauda da Europa em que vivemos actualmente.

O nosso país compara em 42º lugar com outros 71 países por este mundo fora, o que quer dizer que estamos acima do Cazaquistão, e abaixo do Uruguai, Equador e da Eslovénia, e isto falando dos ordenados dos mais qualificados e em cargos de topo das nossas empresas.

É claro que podem sempre dizer que estamos muito à frente da Malásia, da Tunísia ou do Sri Lanka, mas não creio que nenhum político nos venha acenar com estas comparações.

É uma treta que este país esteja a melhorar bastando para isso constatar que ainda há quem venha colocar em causa o aumento do salário mínimo para a enormidade de 505 euros…



domingo, setembro 28, 2014

O GOVERNO SÓ EMPATA



O governo PSD/PP tem estado a criar problemas onde na verdade não os há, como é o caso do horário dos funcionários públicos em geral, e dos funcionários das autarquias em particular.

O princípio de aumentar os horários de trabalho das 35 para as 40 horas semanais, para aumentar assim a produtividade, é uma asneira monumental e não tem qualquer sustentação plausível. Não sequer um estudo credível que relacione o aumento da produtividade com o aumento do período diário de trabalho, muito pelo contrário.

É simplesmente patético que o governo persista com uma medida sem sentido como esta, e ainda é mais lamentável que continue a usar de expedientes legais para arrastar a situação de inúmeras autarquias onde já foi estabelecido o acordo para as 35 horas semanais, não sancionando legalmente a situação de facto.

Fazer asneiras acontece até aos melhores, já persistir nas mesmas asneiras é estupidez pura e dura.


Em contramão

sexta-feira, setembro 26, 2014

CREDIBILIZAR OS POLÍTICOS



Foi com um sorriso que li a notícia de que o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Poiares Maduro, desafiou todos os partidos para “ponderarem a criação” de uma lei sobre o enriquecimento ilícito para credibilizar a classe política e a política em Portugal.

Numa altura em que existe um caso em que persistem as suspeitas sobre a conduta do então deputado Passos Coelho, que não foram totalmente dissipadas pelo actual 1º ministro, nem tão pouco pela entidade (PGR) que o podia legalmente fazer, por já estar prescrita qualquer conduta ilícita contida na denúncia anónima que saltou para as notícias, esta iniciativa só pode ser considerada um factor de diversão.

Só vai para a política quem o deseja, e não creio que alguém que escolha essa missão, é assim que considero a vida política, desconheça que está sob escrutínio cerrado da opinião pública, e que há sempre a possibilidade de suscitar suspeitas, das quais só a prova cabal de transparência pode afastar as suspeições. Pode-se discutir se é justo que assim seja, mas a conduta dos políticos assim o tem determinado…



quinta-feira, setembro 25, 2014

O IGNÓBIL SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL

Ouvir um ministro vir falar em satisfação por "conseguir um acordo difícil" que "protege os trabalhadores", indigna qualquer português com dois dedos de testa.

O ministro Mota em entrevista não se eximiu de demonstrar a sua ignorância dizendo que no Estado não existem funcionários a receber o salário mínimo nacional (SMN), e não foi confrontado com o facto de a UGT não poder sequer tentar negociar um aumento do SMN em 2015.

Outra medida mais do que condenável é a de a TSU dos patrões ser diminuida em 0,75% para os salários mínimos que estes paguem, o que só pode incentivar a prática deste salário miserável.

Só posso desejar que um dia estes governantes, patrões e dirigentes da UGT sejam obrigados a viver com o salário mínimo nacional, para ver então o que eles conseguiam fazer com aquela fortuna.


quarta-feira, setembro 24, 2014

AS SALSICHAS DA POLÍTICA

A política nacional cada vez mais parece um programa de culinária, onde pontuam uns nabos, alguma falta de tomates e onde a mostarda disfarça o mau sabor dos cozinhados...


segunda-feira, setembro 22, 2014

O PODER SEGUNDO MAQUIAVEL



Há uma dúvida se é melhor sermos amados do que temidos, ou vice-versa. Deve-se responder que gostaríamos de ter ambas as coisas, sendo amados e temidos; mas, como é difícil juntar as duas coisas, se tivermos que renunciar a uma delas, é muito mais seguro sermos temidos do que amados... pois dos homens, em geral, podemos dizer o seguinte: eles são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ambiciosos; eles furtam-se aos perigos e são ávidos de lucrar. Enquanto você lhes fizer o bem , são todos teus, oferecem-te seu próprio sangue, suas posses, suas vidas, seus filhos. Isso tudo até em momentos que você não tem necessidade. Mas, quando você precisar, eles viram-lhe as costas.



sábado, setembro 20, 2014

MEMÓRIA E AMNÉSIA

Não sabemos se foi verdade que Passos Coelho recebeu dinheiro duma empresa enquanto deputado em exclusividade de funções, ou se um autarca de Gaia esteve metido num negócio favorecendo uma empresa privada, porque os políticos têm sempre falta de memória, porque há sempre mais um recurso ou incidente processual, ou então porque os factos já prescreveram e a Justiça não pode actuar. Mas que importa isso, se os políticos são todos boas pessoas?


quinta-feira, setembro 18, 2014

ERA UMA NOVELA E VIROU UM DRAMA



Ainda há poucos meses o BES fazia parte de um grupo comandado por um homem de sucesso que seguia as pegadas duma respeitável família de banqueiros, que até era apelidado de “dono disto tudo” (DDT).

O grupo financeiro desmoronou-se depois de descoberta de operações mais do que suspeitas que desencadearam intervenções do Banco de Portugal no BES, originando um banco bom e um banco mau, sendo que o bom foi apelidado de Novo Banco e teve uma gestão que se aguentou menos de dois meses, e agora tem outra que está a fazer a transição até à venda da instituição no mais curto espaço de tempo possível.

A pressa na venda desvaloriza o valor do banco, mas o que é mais grave é que deixa um rasto de processos que resultam de toda esta trapalhada, já a começar pela venda da Tranquilidade, o que era mais do que previsível, e a procissão ainda vai no adro.

Quem é que vai ser responsabilizado pelas indemnizações que se desenham? Será o BdP, a troika, a União Europeia ou o governo? E quem é que vai pagar a factura?


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